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Conheça as formas de prevenção do HPV

Entenda o que é o HPV e fique por dentro de quais pessoas podem ser imunizadas contra essa família de vírus.

01 de novembro de 2022 - Atualizado 01/11/2022

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem cerca de 10 milhões de infectados pelo vírus do HPV no Brasil e, a cada ano, surgem 700 mil novos casos no país.

Apesar de já existir vacina que atua na prevenção de alguns tipos dessa contaminação viral, a taxa de adesão ainda é baixa. 

De acordo com dados divulgados pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), menos de 72% das meninas e 52% dos meninos foram imunizados entre 2015 e 2021 e 2018 e 2021, respectivamente, com a vacina contra HPV.

Porém, a imunização é uma das principais formas de minimizar a transmissão do Papilomavírus Humano (HPV), que é fator de risco para desenvolvimento de câncer de pênis, vulva, vagina, reto, cabeça, pescoço e, principalmente, de colo do útero.

Diante disso, entenda o que é o HPV e saiba qual a importância de evitar a contaminação por essa família de vírus. 

O que é HPV?

O HPV é a sigla em inglês para Papilomavírus Humano, uma família de vírus comum que pode infectar a pele ou as mucosas das pessoas. 

Vale destacar que existem mais de 200 tipos diferentes de HPV que podem gerar diversas doenças. Além disso, cerca de 40 desses tipos causam infecções no trato ano-genital.

Como o HPV é transmitido?

A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada, sendo que a principal forma de contágio ocorre pela via sexual. 

Assim, essa contaminação é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) e atinge tanto os homens quanto as mulheres, provocando verrugas e lesões no corpo.

No entanto, existe também a possibilidade de transmissão vertical, que é aquela que passa da mãe para o feto, a transmissão por meio da saliva, a auto-infecção e a infecção por perfuração ou corte com objetos contaminados pelo vírus.

É importante ressaltar que não está comprovada a possibilidade de contaminação por meio de objetos, do uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento de toalhas e roupas íntimas.

Quais os sintomas do HPV?

De forma geral, uma pessoa infectada com o vírus HPV não apresenta sintomas.

Isso porque, o fato de possuir o vírus não quer dizer que o indivíduo desenvolverá verrugas e lesões. Existem muitos pacientes que ficam com o vírus latente em seus organismos por vários anos, ou seja, não apresentam sinais perceptíveis da doença.

Dessa maneira, as primeiras manifestações da infecção pelo HPV podem ocorrer entre, aproximadamente, dois a oito meses, mas também podem demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção.

Isso posto, a manifestação do HPV é mais comum em grávidas e em pessoas que, por alguma razão, tenham uma queda mais severa de imunidade, fazendo com que o paciente apresente lesões que podem ser clínicas ou subclínicas.

As lesões clínicas apresentam-se por meio de verrugas visíveis, com diferentes classificações, podendo ser únicas ou múltiplas, de tamanhos variáveis, achatadas ou papulosas (elevadas e sólidas). Em geral, são assintomáticas e, geralmente, são causadas por tipos de HPV não cancerígenos.

Já as lesões subclínicas são invisíveis a olho nu e não apresentam nenhum sinal ou sintoma. As lesões subclínicas podem ser causadas por tipos de HPV de baixo e de alto risco para desenvolver câncer.

Ademais, bebês que nasceram de parto natural de uma mãe que possui HPV também podem apresentar sintomas da doença, desenvolvendo uma condição chamada papilomatose respiratória recorrente, em que as verrugas causadas pelo vírus se manifestam nas cordas vocais e na laringe da criança.

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Qual é a relação do HPV com o câncer?

Em muitos casos, a infecção por HPV tende a regredir espontaneamente.

No entanto, há situações em que a infecção persiste e, se essa for causada pelos tipos do vírus oncogênicos, pode ocorrer o desenvolvimento de lesões precursoras que, se não forem identificadas e tratadas, podem progredir para o câncer.

Isso acontece pois as células infectadas pelo vírus perdem os controles naturais sobre o processo de multiplicação, invadindo os tecidos vizinhos e formando tumores malignos como o câncer do colo do útero e do pênis.

Todos os tipos de HPV podem progredir para o câncer?

Não. Dos diversos tipos de HPV existentes, estima-se que pelo menos 13 são considerados oncogênicos, apresentando maior risco ou probabilidade de provocar infecções que podem resultar em câncer.

Entre essas variantes de alto risco oncogênico, os tipos HPV 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero.

Já os HPV 6 e 11, encontrados em 90% dos condilomas genitais e papilomas laríngeos, são considerados não oncogênicos.

Como prevenir o HPV?

A única maneira de realmente prevenir a transmissão seria evitar completamente o contato com áreas do corpo infectadas pelo HPV.

Dessa maneira, apesar de o uso de preservativo durante todo contato sexual ser sempre recomendado, ela não consegue proteger totalmente da infecção pelo HPV, pois não cobre todas as áreas passíveis de contaminação.

Além disso, existem duas vacinas profiláticas contra HPV aprovadas e registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): a vacina quadrivalente e a vacina bivalente.

A vacina previne contra todos os vírus que causam HPV?

Não. A vacina previne contra os quatro tipos principais do vírus, que são HPV 6, 11, 16 e 18

Contudo, a vacina quadrivalente está aprovada para prevenção dos quatro tipos e a vacina bivalente está aprovada para prevenção das infecções relacionadas apenas ao HPV 16 e 18.

Vale destacar que as vacinas são preventivas, tendo como objetivo evitar a infecção pelos tipos de HPV nelas contidos e nenhuma delas possui eficácia contra infecções ou lesões já existentes.

Quem pode tomar a vacina contra o HPV?

De acordo com o registro na Anvisa, a vacina quadrivalente é aprovada para mulheres entre 9 a 45 anos e homens entre 9 e 26 anos, e a vacina bivalente para mulheres entre 10 e 25 anos. 

Porém, o grupo alvo da vacinação prevê a imunização para as seguintes pessoas:

  • meninas de nove a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;
  • pessoas que vivem com HIV;
  • pessoas submetidas a transplantes de órgãos sólidos/medula óssea e pacientes oncológicos.
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A imunização de crianças e adolescentes também pode acontecer em escolas que aderirem a campanha de vacinação contra o HPV. | Imagem: Freepik (freepik)

As vacinas contra o HPV estão disponíveis no SUS?

Sim. No entanto, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina de maneira gratuita apenas para aqueles que integram o grupo alvo da vacinação.

Para os demais, será preciso buscar o imunizante em clínicas de vacinação particulares.

A vacina tem duas doses, com a segunda ocorrendo seis meses após a primeira. No caso das pessoas com HIV e transplantados, são três doses com esquema de 0, 2 e 6 meses.

Por fim, mulheres grávidas não podem ser vacinadas contra o HPV. Se a mulher tiver iniciado o esquema antes da gestação, deve-se suspendê-lo até puerpério.

Imagem em destaque: Freepik (vectorjuice)

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