A tecnologia 5G já está presente em algumas cidades do Brasil como Brasília, Belo Horizonte, João Pessoa, Porto Alegre e, a partir do dia 4 de agosto de 2022, São Paulo também terá o sinal liberado.
A decisão foi anunciada em 2 de agosto, após reunião extraordinária do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência (Gaispi), ligado à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), responsável pela liberação do sinal.
Mas afinal, você sabe o que muda com a chegada do 5G?
Confira as respostas das principais questões acerca dessa nova tecnologia e saiba o que é preciso para começar a usufruir da conexão 5G.
O que é o 5g?
O 5G é a nova geração de conexão de internet móvel, utilizada em celulares e outros dispositivos sem fio. No entanto, essa infraestrutura possibilitará a criação de novos serviços e uso, muitos deles ainda desconhecidos.
Diante disso, a chegada do 5G deve movimentar o mercado de trabalho no Brasil, por gerar empregos e exigir novas habilidades profissionais.
Qual a diferença do 5G para as outras redes?
A principal diferença do 5G está na diversidade de uso que a rede deve suportar, quando comparada às atuais, que foram desenvolvidas essencialmente para disponibilizar banda larga móvel.
Isso porque o 5G permite a conexão de pessoas e objetos, se dividindo em três categorias de aplicações e serviços:
- eMBB (enhanced Mobile Broad Band) – banda larga móvel com taxas superiores a 1 Gbps, sob demanda;
- mMTC (massive Machine Type Communications) – comunicação com alta densidade e eficiência energética de sensores, dispositivos e máquinas;
- URLLC (Ultra Reliable Low Latency Communications) – comunicação ultra confiável e com baixa latência.
Quais são as características do 5G?
Para ser considerada 5G, a rede deve atender os seguintes requisitos, conforme recomendação da União Internacional de Telecomunicações (UIT – Rec ITU-R M.2083-0):
- Velocidade máxima de 20 Gbit/s (Estação Rádio Base – ERB), em aplicações eMBB;
- Velocidade típica do usuário 100 Mbit/s, em aplicações eMBB;
- Eficiência espectral três vezes melhor, em aplicações eMBB;
- Densidade de tráfego de 10 Mbit/s/m2, em aplicações eMBB;
- Mobilidade de até 500 km/h;
- Latência de 1 ms, em aplicações URLLC;
- Conexão de 1 milhão de dispositivos por km2, em aplicações mMTC;
- Eficiência energética 100 vezes melhor, em aplicações mMTC.
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O que muda em relação à conexão 4G?
Apesar do 4G atender bem atividades de entretenimento, trabalho e educação do consumidor médio, a tecnologia 5G oferece os seguintes avanços:
- aumento das taxas de transmissão – maior velocidade;
- baixa latência – redução do tempo entre o estímulo e a resposta da rede de telecomunicações;
- maior densidade de conexões – aumento da quantidade de dispositivos conectados em uma determinada área;
- maior eficiência espectral – incremento da quantidade de dados transmitidos por unidade de espectro eletromagnético;
- maior eficiência energética dos equipamentos – redução do consumo de energia, com consequente aumento da sustentabilidade.
Na prática, a velocidade do 5G puro alcança, em média, 1Gbps (Gigabit por segundo), o que é dez vezes maior que a média do 4G. Assim, 42 segundos seria tempo suficiente para baixar um arquivo de 5 GB com o 5G.
Quais são os usos do 5G além da banda larga?
O 5G é associado ao aumento da produtividade da indústria, do agronegócio, da saúde e de outros setores, justamente por oferecer taxas de transmissão superiores a 1 Gbps com latência muito baixa.
Essas características possibilitam a evolução dos processos produtivos em diversos segmentos da indústria, que podem utilizar a infraestrutura 5G como suporte para seus negócios.
Dessa maneira, será possível praticar cirurgias remotas, desenvolver carros autônomos e vias inteligentes, aplicações de realidade virtual e realidade aumentada, entre outros.
Ou seja, a nova tecnologia possibilita que os setores produtivos se beneficiem de uma rede de comunicação que permite a evolução e a criação de diversos serviços digitais.
Além disso, a tecnologia 5G permitirá que um milhão de dispositivos se conectem, a cada quilômetro quadrado, para aplicações de comunicação com alta densidade e eficiência energética.
Logo, sistemas de iluminação pública e residencial, smartphones, smartwatches, eletrodomésticos, dispositivos de monitoramento, sensores de presença, frequencímetros cardíacos, centrais de segurança, guichês de estacionamentos, caixas de supermercados, sensores meteorológicos e muitos outros dispositivos poderão conectar-se mutuamente por meio do 5G.
Todos os aparelhos de celular poderão utilizar o 5G?
Não. Para ter acesso à rede 5G, é preciso ter um smartphone habilitado para operar nas novas frequências.
Atualmente, existe um número limitado de modelos de smartphones com a tecnologia compatível para aproveitar o melhor da rede.
Você pode verificar quais são os telefones celulares 5G certificados e homologados pela Anatel no painel disponível no site da agência.
Vale ressaltar que a homologação é pré-requisito ao uso e comercialização do produto no Brasil, devendo o consumidor, antes de adquirir um determinado aparelho, verificar o código de homologação estampado no chassi (ou no manual do produto) e consultar a sua operadora sobre a compatibilidade do produto à rede.
Dessa forma, o consumidor poderá usufruir de maneira plena dos benefícios das redes de telecomunicações 5G, sem correr riscos à utilização do produto.
A internet 4G vai continuar funcionando?
Sim. Os celulares que usam as redes 4G, 3G e 2G não deixarão de funcionar com a chegada do 5G.
Não há previsão de que as tecnologias anteriores sejam descontinuadas em curto prazo. Assim, o 5G agregará novas faixas de frequência à telefonia celular, sem alterar as faixas já disponibilizadas para o uso do serviço.
Como funcionará a primeira fase de implementação do 5G em SP?
Na primeira fase de implantação da infraestrutura, a maior concentração de antenas que vão espalhar o sinal da internet de quinta geração está no Centro Histórico, na região da Avenida Paulista e no Itaim Bibi. Já os bairros da Aclimação, da Mooca e do Brás, por exemplo, terão cobertura menor no início do processo.
A Anatel também informou que foram instalados equipamentos para evitar interferências em 226 estações do Serviço Fixo por Satélite (FSS) e realizados testes para confirmar a operação livre de interferências.
Por fim, para contornar possíveis interferências causadas por conta da utilização de antenas parabólicas da Banda C, a Entidade Administradora da Faixa (EAF) da Anatel criou um programa para distribuir, gratuitamente, às famílias carentes das capitais brasileiras e que estão registradas no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal, kits contendo novas antenas digitais, conversores e cabos.
O pedido do kit e de instalação dos aparelhos pode ser feito por meio do site do Programa de Distribuição de Kits, criado pela EFA.
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