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O que é fintech?

Descubra como funcionam as fintechs e saiba quais são os tipos de serviços que essas empresas oferecem.

21 de outubro de 2021 - Atualizado 22/11/2021

Fintech é um termo usado para descrever uma nova tecnologia que busca melhorar e automatizar a entrega e o uso de serviços financeiros. 

O ano de 2020 foi de grande expansão para as startups que atuam no setor bancário no mundo inteiro, mesmo com a pandemia da covid-19, conforme aponta o relatório “2021 Global Fintech Rankings”, produzido pela Findexable em parceria com a Mambu.

O referido relatório aponta ainda que, atualmente, o Brasil é o maior ecossistema de fintechs da América Latina e São Paulo a quarta cidade no mundo.

Saiba como surgiram as fintechs e conheça algumas das principais que atuam no país.

O que é uma fintech?

O termo “fintech” é resultado da junção das palavras financial (financeiro) e technology (tecnologia). 

As empresas Fintech são, em geral, startups que desenvolvem inovações tecnológicas voltadas para o mercado financeiro.

Além disso, geralmente são criadas com o propósito de romper os paradigmas do tradicional sistema financeiro, que aproveita pouco ou de forma ineficiente os recursos tecnológicos à sua disposição.

Tais inovações tornam os serviços mais eficientes, baratos, seguros e transparentes.

Qual a legislação que regulamenta as fintechs no Brasil?

De acordo com o Banco Central, no Brasil, as fintechs estão regulamentadas desde abril de 2018 pelas Resoluções n° 4.656 e n° 4.657 do Conselho Monetário Nacional (CMN).

O órgão superior do Sistema Financeiro Nacional que tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do País.

Qual objetivo das fintechs?

As fintechs são empresas que têm como objetivo otimizar serviços relacionados às finanças das pessoas ou de empresas como cartões de crédito e débito, empréstimos, investimentos, entre outros, utilizando inovação e tecnologia.

Atualmente, as fintechs atuam em variadas frentes, que incluem diferentes setores e indústrias, entre eles:

  • educação;
  • banco de varejo;
  • arrecadação de fundos;
  • organizações sem fins lucrativos;
  • gestão de investimentos;
  • desenvolvimento e o uso de criptomoedas.

Quando surgiram as fintechs?

Alguns especialistas consideram o PayPal como a primeira fintech. O PayPal foi fundado nos Estados Unidos, em 1998, e trata-se de um aplicativo que permite ao cliente fazer pagamentos e transferência de dinheiro sem a intermediação de bancos.

Contudo, a criação da fintech só se consolidou 20 anos depois, resultante da crise financeira internacional de 2008, quando o banco norte-americano Lehman Brothers faliu, juntamente com a 4ª Revolução Industrial, que tem gerado essa tendência para a automatização completa de processos.

Após a falência do Lehman Brothers e do apoio financeiro que o governo dos EUA teve que dar, o setor público nos países desenvolvidos tiveram que criar uma série de regulamentos e penalidades financeiras para evitar novas crises. 

Como consequência, os desenvolvimentos tecnológicos e de negócios ficaram em segundo plano.

Nesse cenário, surgem as fintechs para preencher essa lacuna ao oferecer tecnologia a baixo custo e mais flexível, além de gerar diversos novos postos de trabalho em meio à crise.

O que as fintechs oferecem?

As fintechs são empresas que introduzem inovações nos mercados financeiros por meio do uso intenso de tecnologia, com potencial para criar novos modelos de negócios, atuando por meio de plataformas online e oferecendo serviços digitais inovadores relacionados ao setor. 

Nesse sentido, as fintechs podem oferecer as mais diversas soluções como:  

  • cartão de crédito;
  • conta digital;
  • cartão de débito;
  • crédito ou empréstimos;
  • gestão financeira;
  • seguros. 

Vale destacar, que a maioria delas permite que os clientes controlem os produtos inteiramente por meio de smartphones. Isso significa, que não é preciso comparecer nunca em uma agência ou corretora.

Por conseguinte, de acordo com a pesquisa Fintech Deep Dive 2020, feita pela PwC multinacional de consultoria e auditoria PwC, em parceria com a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) “a esmagadora maioria das fintechs está desenvolvendo soluções para Pix e/ou Open Banking e espera colher benefícios dessas duas iniciativas logo no primeiro ano”.

Ainda conforme a pesquisa, “esse movimento indica a aposta em novos produtos e serviços, o que favorece a inovação e a concorrência no sistema financeiro, beneficiando em última análise os consumidores finais – muitos dos quais nem eram atendidos pelas instituições tradicionais”.

Vale ressaltar que a referida pesquisa traça um perfil do ecossistema de inovação e empreendedorismo no segmento de serviços financeiros do país com base em informações fornecidas por 148 fintechs de diferentes setores de atuação.

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Como funciona uma fintech?

Em síntese, as fintechs utilizam-se de tecnologias como Inteligência Artificial, Computação em Nuvem e Big Data para criar um ambiente totalmente digital e automatizado, distribuído para seus clientes nos diversos canais digitais existentes, sobretudo em smartphones. 

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As fintechs são conhecidas por oferecer soluções financeiras inéditas, menos burocráticas e mais intuitivas de serem usadas.

Dessa maneira, as empresas trabalham remotamente, sem a necessidade de agências físicas ou mesmo de operadores humanos.

Contudo, é importante frisar que cada fintech tem um modelo próprio de negócio, portanto, podem variar de uma para outra.

Quais são os tipos de fintech existentes no Brasil?

No Brasil, existem diversas categorias de fintechs, entre elas: 

  • de crédito;
  • de pagamento;
  • de gestão financeira;
  • de empréstimo;
  • de investimento;
  • de financiamento;
  • de seguro;
  • de negociação de dívidas;
  • de crowdfunding;
  • de criptomoedas e blockchain;
  • de câmbio; 
  • multisserviços.

Isso posto, podem ser autorizadas pelo Banco Central, a funcionar em território nacional,  dois tipos de fintechs de crédito para intermediação entre credores e devedores por meio de negociações realizadas em meio eletrônico. Confira a seguir.

1 – Sociedade de Empréstimo entre pessoas (SEP)

A SEP realiza operações de crédito entre pessoas, conhecidas no mercado como peer-to-peer lending. 

Nessas operações eletrônicas, a fintech se interpõe na relação entre credor e devedor, realizando uma clássica operação de intermediação financeira, pelas quais podem cobrar tarifas. 

Ademais, a SEP pode fazer captação de recursos do público, desde que eles estejam inteira e exclusivamente vinculados à operação de empréstimo.

Nesse caso, a fintech atua apenas como intermediária dos contratos realizados entre os credores e os tomadores de crédito. 

Os recursos são de terceiros que apenas utilizam a infraestrutura proporcionada pela SEP para conectar credor e tomador. 

Nesse tipo de operação, a exposição de um credor, por SEP, deve ser de no máximo R$ 15 mil. 

Além do exposto, a SEP pode prestar outros serviços como análise e cobrança de crédito para clientes e terceiros e emissão de moeda eletrônica. 

Por fim, os potenciais destinatários dos empréstimos devem ser selecionados com base, entre outros, nos seguintes critérios:

  • situação econômico-financeira;
  • grau de endividamento;
  • setor de atividade econômica;
  • pontualidade e atrasos nos pagamentos.

2 – Sociedade de Crédito Direto (SCD)

Esse modelo de negócio caracteriza-se pela realização de operações de crédito por meio de plataforma eletrônica, com recursos próprios. 

Ou seja, esse tipo de instituição não pode fazer captação de recursos do público.

Seus potenciais clientes são selecionados com base em critérios que consideram aspectos relevantes para avaliação do risco de crédito, entre eles: 

  • a situação econômico-financeira;
  • o grau de endividamento;
  • a capacidade de geração de resultados ou de fluxos de caixa;
  • pontualidade e atrasos nos pagamentos; 
  • setor de atividade econômica; 
  • limite de crédito.

Por fim, além de realizar operações de crédito, as Sociedades de Crédito Direto podem prestar os seguintes serviços

  • análise de crédito para terceiros; 
  • cobrança de crédito de terceiros; 
  • distribuição de seguro relacionado com as operações por ela concedidas por meio de plataforma eletrônica; 
  • emissão de moeda eletrônica.

Quais as fintechs que atuam no Brasil?

Dentre as principais fintechs que atuam no país, destacam-se:

  • Nubank;
  • Bidu;
  • Quinto andar;
  • PayPal;
  • Creditas;
  • C6 Bank;
  • PicPay;
  • Neon;
  • Stone;
  • XP Investimentos;
  • PagSeguro;
  • Banco Inter.

Qual a diferença entre fintech, banco digital e startup?

As fintechs são qualquer empresa digital e inovadora que trabalhe com o objetivo de trazer soluções financeiras do dia a dia.

As startups são modelos de negócios inovadores, fortemente apoiados na tecnologia, com baixo custo, imersos em uma dinâmica de crescimento escalável.

Já os bancos digitais são um tipo de fintech que oferecem serviços muito semelhantes aos bancos tradicionais, porém, utilizando-se de recursos tecnológicos, sobretudo internet.

Por fim, uma fintech é uma startup que oferece soluções na área financeira, portanto, um banco digital é uma das categorias existentes entre as fintechs.

Quais são os principais benefícios das fintechs?

Confira a seguir alguns dos principais benefícios das fintechs:

  • tecnologia – é possível resolver quase tudo online;
  • agilidade – aumento da eficiência e concorrência no mercado de crédito e rapidez e celeridade nas transações;
  • acessibilidade e praticidade – promovidas pela difusão do produto em smartphones;
  • menos burocracia – diminuição da burocracia no acesso ao crédito;
  • preço justo – criação de condições para redução do custo do crédito, possibilitando serviços com preços mais baixos, sem abrir mão da qualidade, como cartões de crédito sem anuidade ou as contas digitais gratuitas;
  • inovação – serviços que inovam o setor e trazem novas soluções;
  • acesso ao Sistema Financeiro Nacional – formado por um conjunto de entidades e instituições que promovem a intermediação financeira, ou seja, o encontro entre credores e tomadores de recursos.

Em suma, o usuário ganha praticidade, menos burocracia, custos mais baixos e controle sobre suas operações financeiras.

Imagens do texto: Freepik (rawpixel.com)

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