No ano passado, fraudes dos mais diversos tipos estamparam as manchetes de jornais constantemente e, embora já seja 2023, é muito provável que os principais golpes digitais de 2022 continuem acontecendo esse ano.
Mas tem uma coisa que pode mudar: nossos hábitos. Por isso, nesse post você vai entender como essas fraudes funcionam e aprender novos hábitos que podem te ajudar a se manter protegido.
Confira!
Principais golpes digitais de 2022
Golpe do motoboy
No golpe do motoboy, o criminoso convence a vítima a lhe entregar seu cartão de crédito com a senha.
É uma situação tão absurda que chega a ser difícil de acreditar que as pessoas entregam seus cartões de créditos “de boa vontade” mas, na verdade, essa prática criminosa utiliza um sistema complexo e muito convincente.
Os golpistas entram em contato com a vítima se passando por funcionários do banco e dizem que seu cartão de crédito foi clonado e que, para receber um novo, é necessário partí-lo ao meio e entregar ao motoboy que será enviado para retirada.
Durante a ligação, que é quase idêntica ao banco, o cliente confirma várias informações (nome, data de nascimento, endereço) além dos dados de contas bancárias e a senha do cartão.
Mesmo quebrado ao meio, o cartão continua utilizável pois o chip não é danificado e, com isso, começam os gastos exorbitantes. Só então o cliente percebe que foi vítima de um estelionato.
Golpe do delivery
O golpe do delivery consiste na cobrança do valor errado na hora do pagamento do pedido, o que pode acontecer tanto com clientes que optam por pagar na entrega quanto com clientes que pagam pelo aplicativo (que são coagidos a pagar na hora da entrega sob a justificativa de que a taxa de entrega não foi cobrada ou que o valor foi estornado).
Geralmente, utiliza-se uma maquininha com o visor quebrado ou arranhado para fazer a cobrança.
Primeiro o entregador digita o valor correto, mas depois a quantia é alterada sem o cliente perceber e, por causa da tela arranhada, ele faz o pagamento normalmente e só percebe que a cobrança foi maior depois.
Golpe do Pix
O golpe do Pix começa com o envio de links falsos que, quando acessados, possibilitam o roubo de dados das vítimas para que o criminoso invada sua conta bancária e tenha acesso ao Pix.
O usuário recebe uma ligação de alguém se passando por funcionário do banco, mas é um criminoso tentando obter o restante dos seus dados pessoais para concretizar o golpe.
A conta bancária é acessada e o criminoso cria perfis falsos nas redes sociais para pedir transferências via Pix de conhecidos da vítima, alegando uma suposta emergência. Além disso, o valor disponível na conta também é subtraído.
Golpe do WhatsApp clonado
O número do celular da vítima é tudo que o criminoso precisa para clonar seu WhatsApp. Com isso, é possível acessar a conta com o código de verificação (fornecido pelo dono da conta que é enganado) ou através do QR Code de acesso.
No entanto, a clonagem também pode ocorrer através do chip de celular, que é obtido pelo criminoso diretamente na operadora.
Em ambos os casos, o golpista acessa a conta da vítima e pede transferências de dinheiro aos seus contatos alegando estar passando por alguma emergência, o que a vítima só descobre depois.
Clonagem de celular
Clonagem de celular é o uso de uma linha telefônica em mais de um aparelho sem o consentimento ou conhecimento do titular.
Visto que a operadora de telefonia não consegue distinguir o aparelho clonado do celular original, o uso indevido da linha é cobrado da vítima.
Além disso, na linha habilitada, o estelionatário pode entrar em contato com os parentes e conhecidos da vítima por ligação, mensagens e até mesmo através do WhatsApp e pedir transferências financeiras.
Roubo de criptomoedas
São várias as formas utilizadas pelos golpistas para obter os ativos da vítima, que vão desde o roubo de dados da vítima para acessar a carteira até a violação do sistema de segurança das corretoras.
Em todos eles, o criminoso consegue “pôr as mãos” nas criptomoedas, que são retiradas da conta.
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Como se prevenir de golpes em 2023?
Como evitar o golpe do motoboy?
Evitar o golpe do motoboy é simples e pode ser feito seguindo três dicas:
● não entregue seu cartão a ninguém, pois os bancos nunca recolhem os cartões dos clientes;
● ao se desfazer de um cartão, corte o chip ao meio;
● jamais forneça informações sensíveis por telefone.
Como evitar o golpe do delivery?
Para evitar o golpe do delivery:
● pague pelo aplicativo;
● se pagar na entrega, procure pagar em dinheiro;
● sempre verifique os valores antes de digitar a senha;
● conteste valores errados;
● se o cobrador tentar te cobrar na entrega o que já foi pago por aplicativo, entre em contato com o restaurante peça esclarecimentos;
● ative o aviso de cobrança do banco por SMS.
Como evitar o golpe do Pix?
Siga essas dicas:
● não clique em links suspeitos;
● verifique a autenticidade de endereços visitados na internet, sobretudo os links que solicitam sincronização, atualização, manutenção de token, aplicativo ou cadastro;
● busque os canais de atendimento oficiais das instituições se necessário;
● tenha em mente que os bancos não pedem dados cadastrais, pagamentos e testes com Pix por meio de seus funcionários.
Como evitar o golpe do WhatsApp clonado?
É possível se defender da clonagem de WhatsApp seguindo as seguintes etapas:
● ative a verificação em duas etapas (disponível no menu “Conta”);
● ative a biometria para acessar o app (disponível no menu “Conta”, na seção “Privacidade”);
● deixe sua foto de perfil disponível apenas para seus contatos, a fim de evitar fakes da sua conta.
Como evitar a clonagem de celular?
Para reduzir os riscos de clonagem de celular:
● não se conecte a wi-fi público;
● não interaja com mensagens ou ligações suspeitas;
● ative a autenticação de dois fatores em seus perfis.
Como evitar o roubo de criptomoedas?
As principais recomendações para se proteger do roubo de criptomoedas são:
● utilizar a autenticação dupla para acessar a conta;
● evitar acessar carteiras em dispositivos móveis e internet pública;
● ter cautela ao compartilhar informações em grupos ou fóruns de investimento;
● fazer backups regulares da carteira e criptografar as cópias;
● manter o software atualizado.
O que essas fraudes têm em comum?
Em todos esses casos, pode haver responsabilidade da empresa com a qual a vítima tem relação, seja ela o banco, operadora de cartão de crédito, operadora de telefonia ou corretora de criptomoedas.
Isso porque, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), a prestadora de serviços é responsável pelos danos causados ao consumidor, mesmo que não seja culpada por eventuais falhas:
“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa , pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”
No entanto, é importante ressaltar que esse não é sempre o caso e, por isso, é importante avaliar a situação antes de entrar em contato com a empresa, registrar queixas ou acionar a Justiça em busca de uma reparação.
Por isso, é recomendável procurar um advogado especialista em Golpes Digitais e se informar sobre as chances de êxito. Também é importante reunir os documentos necessários para ajuizar a ação e provas do ocorrido.
O Escritório Rosenbaum Advogados tem vasta experiência no setor de Direitos do Passageiro Aéreo e Direitos do Consumidor. O contato pode ser feito através do formulário no site, WhatsApp ou pelo telefone (11) 3181-5581.
Todo o envio dos documentos e os trâmites do processo são feitos de forma digital, sem necessidade da presença do cliente.
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