A Anvisa aprovou a ampliação da faixa etária de duas vacinas contra a covid-19, assim, crianças e adolescentes também passam a contar com a proteção dos imunizantes.
Diante disso, o ano de 2022 começou com os Estados brasileiros se organizando para iniciar a vacinação em crianças de 5 a 11 anos.
Conheça quais são as vacinas autorizadas para uso pediátrico e tire suas dúvidas sobre a aplicação do imunizante contra covid-19 nas crianças.
Quais vacinas contra covid-19 foram autorizadas para as crianças?
As vacinas contra a covid-19 liberadas para o público infantil são a Wyeth/Pfizer e a CoronaVac/Butantan.
Vale lembrar que a CoronaVac é uma vacina de vírus inativado, uma tecnologia antiga similar às utilizadas no imunizante da gripe, onde o vírus é apresentado “morto” ao organismo e, portanto, incapaz de causar doença.
Já a dose da Pfizer é produzida com uma tecnologia mais moderna, feita com RNA mensageiro, uma molécula sintética que se degrada rapidamente no organismo.
Quais são as diferenças das vacinas pediátricas CoronaVac e Pfizer?
As duas vacinas aprovadas pela Anvisa para uso em crianças possuem diferenças significativas no que diz respeito ao processo de conservação, armazenamento, preparo, dose a ser utilizada, faixa etária e intervalo de tempo entre a aplicação das doses.
Dito isso, pais, responsáveis e profissionais da saúde devem estar atentos a essas diferenças e, assim, evitar erros no momento da aplicação do imunizante nos menores.
Conheça as principais diferenças de cada vacina:
Além do supracitado, é preciso estar atento às contraindicações de cada imunizante.
- CoronaVac – não devem tomar a vacina crianças que tenham alergia a qualquer um dos componentes do imunizante, que apresentem febre, que possuam algum tipo de doença aguda e início agudo de doenças crônicas ou crianças imunocomprometidas.
- Pfizer – não deve ser administrada em crianças com hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer um dos excipientes da vacina.
Vale destacar que as crianças de 5 anos de idade ou imunossuprimidas só podem receber a vacina da Pfizer, conforme liberação da Anvisa. As demais poderão ser vacinadas com a CoronaVac.
É obrigatório fazer o cadastro para vacinar as crianças?
Não! O pré-cadastro para vacinar as crianças é opcional e não é caracterizado como um agendamento, ele apenas agiliza o atendimento nos locais de imunização, evitando filas e aglomerações.
Por isso, a vacinação deve acontecer normalmente mesmo que não tenha sido realizado o pré-cadastro online da criança. Momentos antes da aplicação do imunizante, os pais ou responsáveis podem realizar o cadastro completo presencialmente na unidade de vacinação.
No entanto, se quiser agilizar o processo, é possível realizar o cadastro no site. Basta clicar no botão “Crianças até 11 anos” e preencher o formulário online.
Vale destacar que a única exigência para a aplicação do imunizante é que pais ou responsáveis estejam presentes no ato da vacinação e expressem a concordância na admissão da dose.
Ademais, em caso de ausência dos pais ou responsáveis, a vacinação deverá ser autorizada por um termo de consentimento por escrito.
Qual o calendário de vacinação infantil contra covid-19?
A ordem de vacinação estabelecida pelo Ministério da Saúde segue a lista de prioridades abaixo:
- crianças de 5 a 11 anos com deficiência permanente ou com comorbidades;
- crianças indígenas e quilombolas;
- crianças que vivem em lar com pessoas com alto risco para evolução grave de covid-19;
- crianças sem comorbidades, na seguinte ordem sugerida:
- crianças entre 10 e 11 anos;
- crianças entre 8 e 9 anos;
- crianças entre 6 e 7 anos,
- crianças com 5 anos.
No entanto, os estados podem apresentar diferenças na logística de vacinação. Como é o caso do Estado de São Paulo, que já vacinou mais de 100 mil crianças e está com o esquema de vacinação pediátrica funcionando da seguinte maneira:
- crianças de 5 a 11 anos com comorbidades ou deficiência, indígenas e quilombolas – 14 de janeiro a 10 de fevereiro;
- crianças de 9 a 11 anos – 20 a 30 de janeiro;
- crianças de 5 a 8 anos – 28 de janeiro a 10 de fevereiro.
Qual o intervalo para tomar a segunda dose?
Depois da aplicação da primeira dose do imunizante contra covid-19, as crianças devem respeitar o prazo para tomar a segunda dose que são:
- Pfizer Pediátrica – 56 dias ou 8 semanas após a 1° dose;
- CoronaVac Pediátrica – 28 dias ou 4 semanas após a 1° dose.
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Criança que pegou covid-19 pode tomar a vacina?
Sim! Todas as crianças que pegaram covid-19 devem ser vacinadas, já que a duração da proteção natural gerada pela própria doença é desconhecida, existindo a possibilidade de reinfecção e o desenvolvimento de casos graves da doença.
Assim, os especialistas da Sociedade Brasileira de Imunizações indicam a necessidade de vacinar as crianças, independentemente do histórico de infecção da doença.
Quanto tempo depois de pegar covid-19 a criança deve esperar para tomar a vacina?
Caso a criança esteja com o quadro positivo para a doença, a vacina só deve ser aplicada após o completo restabelecimento da saúde e, no mínimo, quatro semanas após o início dos sintomas da covid-19.
Ademais, pessoas assintomáticas e que tiveram resultado positivo no exame de RT-PCR também devem aguardar quatro semanas para se vacinar.
Por que vacinar crianças contra a covid-19?
A principal razão para vacinar as crianças é garantir a proteção das mesmas. Afinal, os mais novos também podem desenvolver quadros graves da doença e ir a óbito por complicações geradas pela covid-19.
Além disso, justamente por ainda não estarem imunizadas, as crianças são as mais suscetíveis a se contaminarem com a nova variante Ômicron. Por isso, quanto maior o número de imunizados, menor a chance do vírus continuar se espalhando e de novas variantes surgirem.
Como a vacina contra covid-19 deve ser aplicada nas crianças?
A vacinação de crianças deve seguir as orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), podendo ser aplicadas apenas as vacinas que foram fabricadas e envasadas em unidades aprovadas pela agência reguladora.
Entre as recomendações, pode-se destacar:
- a vacina só pode ser aplicada por profissionais capacitados;
- a vacinação deve ocorrer em ambiente específico e segregado;
- a vacina não deve ser administrada concomitantemente com outros imunizantes;
- os pais ou responsáveis poderão verificar, junto aos aplicadores, as ampolas e seringas usadas.
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