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No dia 24 de novembro de 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) oficializou a existencia uma nova variante do vírus SARS-CoV-2 que causa a covid-19.
Tal variante é a B.1.1.529, posteriormente denominada Ômicron.
Dada a relevância desse fato para a saúde pública, fique por dentro de tudo que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sabe até o momento sobre esta nova cepa do vírus.
O que é a variante Ômicron?
A Ômicron é uma nova cepa da linhagem da covid-19.
Vale destacar que o nome técnico foi definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Tal variante foi descoberta na África do Sul e tem sido motivo de preocupação de cientistas do mundo todo, uma vez que a linhagem possui muitas mutações e por ser de maior transmissibilidade.
Nesse sentido, a OMS a classificou como uma “variante de preocupação”.
Já foram identificados casos da variante Ômicron no Brasil?
Sim. De acordo com as últimas informações divulgadas no dia 12 de dezembro pelo Ministério da Saúde, já foram detectados 11 casos de infecção pela nova variante Ômicron no Brasil.
Ainda conforme a referida divulgação da pasta, a maior parte dos casos foram identificados em São Paulo, que teve cinco diagnósticos positivos.
Além de SP, foram descobertos novos casos no Rio Grande do Sul, no Distrito Federal e em Goiás.
Ademais, o Ministério afirmou que estão sendo investigadas mais três notificações : duas em Goiás e uma em Minas Gerais.
Quais são as recomendações da Anvisa?
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou ao governo a adoção de medidas restritivas a voos e passageiros vindos de seis países do sul da África.
Além disso, o Ministério da Saúde emitiu um alerta para as secretarias estaduais e municipais sobre o risco da nova linhagem.
Por fim, o governo reforça que é necessário estar alerta, uma vez que uma pessoa infectada pela Ômicron pode espalhar o vírus para outras pessoas, ainda que elas tenham sido imunizadas ou não apresentarem sintomas.
Vigilância genômica
As frequentes mutações do novo coronavírus que ocorrem durante sua replicação podem levar ao surgimento de novas variantes.
Tal situação, chama a atenção dos cientistas e órgãos de saúde, uma vez que essas novas variantes têm uma melhor adaptação aos seres humanos, o que, consequentemente, pode levar a versões do vírus mais resistentes à prevenção ou ao tratamento.
A vigilância genômica trata-se exatamente de acompanhar as linhagens e mutações genéticas do novo coronavírus, visando contribuir para preparar o país em termos de diagnóstico mais precisos e vacinas eficazes.
Assim sendo, monitorar novas variantes com maior potencial de transmissão do novo coronavírus é o papel da vigilância genômica no combate à pandemia.
Nesse sentido, para melhor proteger a saúde pública, a Anvisa ressalta a importância da ampliação da testagem e da vigilância genômica para rastrear variantes do Sars-CoV-2.
Quem faz vigilância genômica no Brasil?
Atualmente, o Brasil conta com laboratórios públicos destinados a realizar esse tipo de mapeamento.
Trata-se de uma rede formada por laboratórios públicos, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz ), o Instituto Evandro Chagas e o Adolfo Lutz, além de universidades como a USP e a UFRJ. Estas são as principais instituições responsáveis pela vigilância genômica no país.
Além disso, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) criou, em 2020, a Rede Regional de Vigilância Genômica de covid-19.
Tal rede funciona como um mecanismo para fortalecer a capacidade de sequenciamento dos laboratórios participantes, além de servir para incentivar os países a implementarem a vigilância genômica de forma rotineira, como estratégia para aumentar a quantidade de dados de sequenciamento disponíveis globalmente.
Vale frisar que essa geração de informações é essencial para o desenvolvimento de vacinas e para compreendermos melhor a evolução molecular e os padrões epidemiológicos da covid-19.
É importante enaltecer o papel da referida rede em nosso continente, tendo em vista que ela já identificou mais de 175.890 sequências virais dos Estados-Membros da América Latina e Caribe da Organização Pan-Americana da Saúde.
Enfim, a estrutura da rede inclui uma combinação de países com capacidade de sequenciamento interno e aqueles que enviam para sequenciamento externo a um dos dois Laboratórios Regionais de Sequenciamento (Fundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ – Brasil e Instituto de Saúde Pública/ISPCH-Chile).
Além disso, a mesma oferece treinamentos regionais e nacionais e ações adicionais de suporte para gerar informações oportunas sobre dados de sequenciamento genômico do SARS-CoV-2.
A Ômicron é mais transmissível que as outras variantes?
De acordo com a Anvisa, as primeiras observações do cenário internacional indicam que a variante Ômicron provavelmente se espalhará mais facilmente do que o vírus Sars-CoV-2 originário de Wuhan, na China.
Entretanto, a facilidade que a variante tem para se espalhar é, até o momento, desconhecida quando comparada, por exemplo, com a variante Delta.
A Ômicron causa formas mais graves da covid-19?
Por enquanto, ainda não se sabe exatamente se a nova cepa causa doenças mais graves ou, ainda, mais óbitos do que a infecção por outras variantes. Principalmente, no que tange às possibilidades de reinfecções e infecções emergentes em pessoas totalmente vacinadas.
Logo, a Anvisa destaca que são necessários mais dados para saber acerca dessas questões.
As vacinas aplicadas no Brasil funcionarão contra a variante Ômicron?
Em vista dessa questão, a Anvisa solicitou aos desenvolvedores das vacinas contra a covid-19 que são aplicadas no Brasil, uma avaliação do impacto da nova variante na eficácia dos seus imunobiológicos.
Contudo, em primeira instância, acredita-se que as vacinas atuais devem proteger contra doenças graves, hospitalizações e mortes devido à infecção pela variante Ômicron.
Nesse contexto, a agência ressalta a importância da vacinação completa e da dose de reforço, especialmente para os mais vulneráveis como idosos, indígenas, imunocomprometidos, pessoas com comorbidades e profissionais de saúde.
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As medidas atuais adotadas contra a covid-19 funcionam contra a variante Ômicron?
A Anvisa reitera todas as ferramentas disponíveis para a proteção individual e coletiva contra o vírus.
Dessa maneira, continua a recomendar o uso de máscaras, independentemente do estado de vacinação, visto que estas oferecem proteção contra todas as variantes da doença.
Além do mais, a agência destaca a importância da vacinação e da utilização de outras medidas não farmacológicas para além do uso de máscara, como manter o distanciamento social e a higienização frequente das mãos.
Ainda na mesma linha, a Anvisa emite um alerta, em seu portal oficial, no qual relembra que “a covid-19 se espalha através do contato próximo com pessoas que têm o vírus. Assim, pessoas com o vírus podem transmiti-lo mesmo que não apresentem sintomas”.
Ademais, a Anvisa informa que vem estreitando o trabalho de colaboração com outros órgãos públicos, desenvolvedores de vacinas, pesquisadores e autoridades internacionais e enfatiza que à medida que aprenderem mais sobre a nova variante, a população será comunicada.
Por fim, pelo que se sabe até o momento acerca da variante Ômicron, as vacinas ainda continuam a ser a melhor medida de saúde pública para proteger as pessoas da covid-19, tendo em vista que elas reduzem, comprovadamente, a transmissão e a probabilidade do surgimento de novas variantes.
Nesse sentido, vale lembrar que todas as vacinas contra covid-19 que foram aprovadas pela Anvisa para utilização em território nacional são eficazes na prevenção da doença em estágio grave, hospitalizações e morte.