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O Alzheimer é um distúrbio cerebral irreversível e progressivo que, segundo o Ministério da Saúde, estima-se que existam 1,2 milhão casos da doença no Brasil, a maior parte deles ainda sem diagnóstico.
Já nos Estados Unidos, a Doença de Alzheimer afeta 6,5 milhões de adultos de mais de 65. De acordo com a Alzheimer’s Association, esse número está projetado para quase dobrar até 2050.
Em face do exposto, compreenda no que consiste essa doença e veja como é feito o tratamento.
O que é Alzheimer?
Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que se manifesta apresentando deterioração cognitiva e da memória de curto prazo.
Não obstante, a referida doença provoca ainda uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais que se agravam ao longo do tempo.
Vale destacar que a Doença de Alzheimer geralmente acomete pessoas com mais idade, o que leva os pacientes a não conseguirem executar de forma independente as suas atividades rotineiras.
De onde vem o nome desta doença?
O nome dessa doença é uma referência ao psiquiatra alemão Aloysius Alzheimer (1864-1915), o primeiro médico a descrevê-la, no ano de 1906.
Tal feito ocorreu quando ele estudou o caso de uma mulher de 51 anos que apresentou perda progressiva da memória e outras alterações que afetavam a sua linguagem e o seu comportamento.
Após a morte da paciente, o médico analisou cuidadosamente seu cérebro e identificou algumas alterações que, atualmente, são consideradas pela medicina como características marcantes da doença.
O que causa a Doença de Alzheimer?
A causa do Alzheimer ainda é desconhecida. Contudo, a doença é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade, sendo responsável por mais da metade dos casos de demência nessa faixa da população.
Ademais, apesar do Mal de Alzheimer não ter um caráter nitidamente genético, com transmissão direta de geração a geração, estima-se que haja a transmissão hereditária da predisposição para desenvolvê-la.
O que acontece com o cérebro de quem tem Alzheimer?
O cérebro de um paciente com Doença de Alzheimer sofre um processo degenerativo, progressivo e irreversível, com morte de neurônios localizados principalmente em regiões específicas responsáveis pela memória e outras funções cognitivas.
Nesse contexto, as células do cérebro no hipocampo, uma parte associada com o aprendizado, são normalmente as primeiras a serem danificadas pelo Alzheimer.
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Quais são os principais sintomas da Doença de Alzheimer?
De acordo com o Ministério da Saúde, o primeiro sintoma do Mal de Alzheimer é também o mais característico da doença, trata-se da perda de memória recente.
Entretanto, na medida em que ocorre a progressão da doença, sintomas mais graves vão surgindo. Entre eles:
- a perda de memória remota, ou seja, dos fatos mais antigos;
- prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo;
- interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos;
- falhas na linguagem e dificuldade para encontrar palavras para expressar ideias ou sentimentos pessoais;
- falta de memória para acontecimentos recentes;
- repetição da mesma pergunta várias vezes;
- dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos;
- incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas;
- dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos conhecidos;
- irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade e tendência ao isolamento.
Quais são os estágios da Doença de Alzheimer?
A doença de Alzheimer costuma evoluir para vários estágios de forma lenta e inexorável.
Isso significa que, infelizmente, não existe nada que possa ser feito para impedir o avanço progressivo da doença.
Isso posto, o quadro clínico costuma ser dividido em quatro estágios. São eles:
- Estágio I (forma inicial) – alterações na memória, personalidade e habilidades espaciais e visuais;
- Estágio II (forma moderada) – dificuldade para falar, realizar tarefas simples, coordenar movimentos, agitação e insônia;
- Estágio III ( forma grave) – resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer, deficiência motora progressiva;
- Estágio IV (terminal) – restrição ao leito, mutismo, dor à deglutição, infecções intercorrentes.
Como o Alzheimer é diagnosticado?
O diagnóstico da Doença de Alzheimer é feito por exclusão de outras doenças a partir de exames de sangue e de imagem (tomografia ou ressonância magnética) e avaliação neuropsicológica (expandida ou computadorizada).
Vale ressaltar que o rastreamento inicial deve incluir avaliação de depressão e exames de laboratório com ênfase especial na função da tireóide e nos níveis de vitamina B12 no sangue.
Enfim, o diagnóstico do Alzheimer no paciente que apresenta problemas de memória é baseado na identificação das modificações cognitivas específicas.
Nesse sentido, podem ser realizados exames físicos e neurológicos acompanhados de avaliação do estado mental para identificar os déficits de memória, de linguagem, além de visoespaciais, que correspondem à percepção de espaço.
No Brasil, centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem tratamento multidisciplinar integral e gratuito para pacientes com Alzheimer, além de medicamentos que ajudam a retardar a evolução dos sintomas.
Assim, o diagnóstico precoce é essencial para possibilitar o alívio dos sintomas e a estabilização ou retardo da progressão da doença.
Como é feito o tratamento do Alzheimer?
Conforme esclarece o Ministério da Saúde, a Doença de Alzheimer não tem cura.
Logo, o tratamento é feito de forma generalista, utilizando-se remédios que são indicados para auxiliar no ganho de sobrevida do paciente, retardando o surgimento de novos sintomas ou amenizando aqueles que já se instauraram.
Vale acrescentar que a doença pode ser tratada pelo psiquiatra geriatra ou por um neurologista especializado.
Mas afinal, como prevenir a Doença de Alzheimer?
A Doença de Alzheimer ainda não possui uma forma de prevenção específica.
No entanto, os médicos acreditam que manter a cabeça ativa, uma boa vida social e bons hábitos podem retardar ou até mesmo inibir a manifestação da doença.
Segundo orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), existem algumas condutas que podem auxiliar a reduzir o risco de demência e outras doenças crônicas como diabetes, câncer e hipertensão. Entre elas:
- praticar atividades físicas regularmente;
- ter uma alimentação equilibrada;
- não fumar;
- não consumir bebida alcoólica;
- controlar a pressão arterial e o nível de açúcar no sangue;
- praticar atividades em grupo;
- fazer atividades intelectuais que estimulam o cérebro, como estudar, ler e fazer exercícios lógicos.
Quando é celebrado o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer?
No Brasil, o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer foi instituído pela Lei nº 11.736, de 10 de julho de 2008, a ser celebrado anualmente, no dia 21 de setembro, com o objetivo de conscientizar a população brasileira sobre a importância da participação de familiares e amigos nos cuidados dispensados aos portadores da doença.
Imagem em destaque: Freepik (storyset)