O Emgality® (Galcanezumabe) é um medicamento de alto custo que foge do alcance financeiro de muitos pacientes que recebem indicação para o tratamento. Por isso, é comum que os beneficiários de plano de saúde solicitem o fornecimento da medicação pela operadora.
No entanto, as operadoras costumam colocar entraves sobre o custeio da medicação, fazendo inclusive a negativa de cobertura. Nesse sentido, o acesso ao tratamento ainda é uma questão delicada, que aflige muitos pacientes.
Contudo, a negativa de cobertura de Emgality® (Galcanezumabe) pelo plano de saúde é uma prática abusiva. Por isso, muitos Tribunais têm exigido o fornecimento do tratamento diante da recomendação médica.
Saiba como conseguir a cobertura do Emgality® (Galcanezumabe) pelo plano de saúde através da Justiça.
Preço do Emgality® (Galcanezumabe)
O preço de uma única caixa Emgality® (Galcanezumabe) pode ultrapassar o valor de R$ 9 mil.
O plano de saúde cobre o tratamento?
De acordo com a Lei dos Planos de Saúde (nº 9.656), a operadora deve custear o tratamento das doenças elencadas no Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A enxaqueca faz parte dessa lista e, além disso, o Emgality® (Galcanezumabe) possui registro regular na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há mais de dois anos.
Por isso, havendo recomendação médica, o plano de saúde deve custear a medicação.
Negativa de cobertura pelo plano de saúde
Ainda que o custeio do tratamento seja um direito do paciente, a negativa de cobertura do Emgality® (Galcanezumabe) é uma prática recorrente.
Geralmente, as operadoras alegam que a cobertura do medicamento não é obrigatória pois o mesmo não consta no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
No entanto, essa alegação é equivocada, afinal o rol de procedimentos prevê apenas uma cobertura mínima, sendo considerado exemplificativo. Por isso, ao utilizar essa lista para limitar as opções de tratamento, o plano de saúde comete uma prática abusiva.
Assim, enquanto os procedimentos não fizerem parte do rol, o enfermo não pode ficar desprotegido. O direito ao tratamento tem sido garantido pelos Tribunais brasileiros, havendo inclusive uma Súmula sobre as negativas de cobertura por falta de previsão no rol:
“Havendo expressa indicação médica, é abusiva a negativa de cobertura de custeio de tratamento sob o argumento da sua natureza experimental ou por não estar previsto no rol de procedimentos da ANS.” (Súmula 102, TJSP)
Tendo a negativa do plano, o paciente poderá entrar com processo com pedido de liminar contra o plano de saúde.
Como ajuizar uma ação contra o plano de saúde?
Para ajuizar a ação, é recomendável buscar a orientação de um advogado especialista em Direito à Saúde e Direitos do Consumidor. Além disso, o paciente deve reunir alguns documentos:
- a recomendação médica do tratamento com Emgality® (Galcanezumabe);
- a negativa de cobertura por escrito (ou então o protocolo de atendimento caso a recusa tenha sido informada por ligação);
- comprovantes de pagamento (caso o paciente tenha sido obrigado a arcar com as próprias despesas) para solicitar reembolso;
- o comprovante de residência;
- a carteirinha do plano de saúde;
- o contrato com o plano de saúde (se possível);
- cópias do RG e do CPF;
- comprovantes de pagamentos das mensalidades (geralmente as duas últimas).
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Quanto tempo dura o processo judicial?
A ação costuma durar entre 6 a 24 meses. No entanto, em razão da urgência no tratamento da enfermidade, é possível pedir liminar para que o plano custeie o tratamento.
Qual a jurisprudência sobre esses casos?
Como a negativa de tratamento é baseada em abuso por parte das seguradoras, o Poder Judiciário tem decidido favoravelmente aos pacientes, conforme jurisprudência:
“Ementa: APELAÇÃO. Seguro saúde. Ação de obrigação de fazer. Fornecimento do remédio ENGALITY (Galcanezumabe) expressamente prescrito pelo médico responsável (…).” (TJSP, A.C.: 1091137-42.2020.8.26.0100)
“Ementa: TUTELA PROVISORIA – Plano de saúde – Fornecimento de medicamento prescrito a autora, portadora de cefaleia em salvas – EMGALITY® – Fármaco que possui registro na Anvisa – Perigo de dano que decorre da própria moléstia, debilitante – Decisão mantida – Recurso não provido (…).” (TJSP, A.I.: 2241134-28.2019.8.26.0000)
Bula do Emgality® (Galcanezumabe): principais informações
O Emgality® (Galcanezumabe) é um medicamento que ajuda a prevenir enxaqueca, sendo recomendado para pacientes que apresentam os sintomas da hemialgia pelo menos quatro dias por mês.
A medicação se liga ao gene da calcitonina (CGRP), que é associado à enxaqueca, e impede sua atividade biológica. Dessa forma, é possível prevenir que a dor de cabeça se manifeste.
O que devo saber antes de usar o Emgality® (Galcanezumabe)?
De acordo com a bula do Emgality® (Galcanezumabe), existem alguns efeitos colaterais que podem surgir com o uso da medicação. Os principais são:
- dor no local da injeção;
- reações no local da injeção;
- vertigem;
- constipação;
- coceira;
- vermelhidão;
- hematoma;
- inchaço.
Como devo usar o Emgality® (Galcanezumabe)?
O Emgality® (Galcanezumabe) é um medicamento para administração subcutânea, que pode ser injetado pelo próprio paciente em um dos seguintes locais:
- abdome;
- coxa;
- parte posterior do braço;
- nádegas.
Antes da aplicação, é fundamental que o paciente faça uma inspeção do produto, se atentando à presença de material particulado e descoloração. Se o medicamento estiver turvo ou com partículas visíveis, ele não deverá ser utilizado.
Quando não devo usar este medicamento?
O Emgality® (Galcanezumabe) é contraindicado para pacientes com alergia a qualquer componente da sua formulação.
Para consultar a bula original disponibilizada pela farmacêutica Lilly diretamente na ANVISA clique aqui.
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Imagem em destaque: Rawpixel (Centers for Disease Control and Prevention (Source))