O Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central do Brasil, transformou as transações financeiras, tornando-as mais rápidas e acessíveis. No entanto, com sua popularidade, surgiram diversos golpes associados, conhecidos coletivamente como “Golpe do Pix“.
Como escritório de advocacia especializado em direito bancário e defesa do consumidor, na Rosenbaum Advogados, fornecemos informações sobre o tema, incluindo aspectos relacionados ao Mecanismo Especial de Devolução (MED) e possibilidades de ações judiciais.
Esta página visa oferecer conteúdo informativo sobre fraudes digitais envolvendo o Pix. Então siga na leitura para saber como evitar, reconhecer e agir diante dessas fraudes.
Entendendo o golpe do Pix
Os golpes do Pix geralmente envolvem o roubo de dados pessoais, como senhas bancárias ou códigos de verificação, por meio de links falsos enviados via SMS, e-mail ou aplicativos de mensagens como o WhatsApp. Com acesso à conta da vítima, o golpista realiza transferências instantâneas via Pix.
Em casos mais sofisticados, os criminosos se passam por funcionários de bancos ou empresas, solicitando informações confidenciais sob pretextos variados, como “atualização de cadastro” ou “verificação de segurança”.
Outra tática comum é a criação de perfis falsos no WhatsApp, onde o golpista se faz passar pela vítima e pede transferências urgentes a contatos, alegando emergências como acidentes ou problemas médicos.
Para piorar, os golpes evoluíram muito em 2025, especialmente com o avanço da inteligência artificial (IA).
Golpistas usam ferramentas de IA para clonar vozes e criar deepfakes em chamadas de vídeo, tornando as fraudes ainda mais convincentes.

De acordo com dados do Banco Central, o número de fraudes via Pix cresceu 15% no primeiro semestre de 2025, com prejuízos totais estimados em bilhões de reais.
No entanto, novidades regulatórias, como as atualizações no MED implementadas em novembro de 2025, facilitam a recuperação de valores, permitindo rastrear mais contas e agilizar devoluções. Isso representa uma possibilidade para as vítimas, mas exige ação rápida e documentação adequada.
10 tipos mais comuns de golpe do Pix em 2025
Baseados em relatórios do Banco Central e casos reportados, esses são os 10 golpes do Pix mais comuns em 2025. Cada um é acompanhado de uma breve explicação e dicas de prevenção:
- Pix errado ou reverso: o golpista envia um valor dizendo que é por engano e entra em contato com a vítima, pedindo devolução. No entanto, ao mesmo tempo, ele aciona o MED e consegue recuperar o valor, então a “devolução” acaba saindo do seu bolso.
- Prevenção: não devolva nem mexa no dinheiro. Sugira que a pessoa acione o MED para que o valor seja devolvido em segurança, para não correr riscos.
- Clonagem de WhatsApp: o criminoso rouba ou te convence a passar o seu o código de verificação e entra na sua conta, bloqueando o seu acesso. Feito isso, ele entra em contato com seus amigos e familiares, inventando alguma emergência para conseguir dinheiro via Pix.
- Prevenção: ative verificação em duas etapas no aplicativo do WhatsApp e nunca informe seu código de segurança para terceiros, especialmente desconhecidos.
- Vendedores falsos em redes sociais: golpistas criam anúncios com descontos irresistíveis, muitas vezes vinculados ao pagamento via Pix. Você paga, mas o produto nunca chega.
- Prevenção: compre apenas em sites verificados e desconfie de preços que destoam muito da média.
- Falso motoboy ou golpe do delivery: golpistas se passam por entregador e inventam algum problema com o seu pagamento para te convencer a refazê-lo via Pix.
- Prevenção: confirme entregas diretamente com a empresa, especialmente se o entregador afirmar que houve algum estorno, e dê preferência para pagamentos no aplicativo ou site oficial.
- Falsa emergência familiar: mensagem ou ligação de um perfil falso alegando que um parente precisa de Pix urgente para uma emergência.
- Prevenção: ligue diretamente para o familiar, de preferência para um número alternativo de contato, e confirme a veracidade da história.
- Pix promocional ou sorteio falso: promoções falsas prometem prêmios mediante pagamento de “taxa” via Pix.
- Prevenção: desconfie de ofertas “boa demais para ser verdade”.
- Suporte técnico falso: golpista se passa por funcionário de banco pede Pix para “resolver” um problema técnico.
- Prevenção: lembre-se que bancos nunca pedem transferências.
- Investimento falso ou pirâmide: promessas de retornos altos com Pix inicial para “investimentos”.
- Prevenção: consulte a CVM antes de investir em qualquer ativo, e desconfie desse tipo de propaganda.
- Pix multiplicador ou apps falsos: aplicativos prometem multiplicar valores enviados via Pix, mas roubam os dados e o seu dinheiro.
- Prevenção: baixe apps apenas de lojas oficiais e desconfie de promessas de retorno alto e rápido.
- Golpe com IA e deepfakes: golpistas usam IA para imitar vozes de pessoas conhecidas por você ou até mesmo replicam a aparência dessas pessoas em chamadas de vídeo, usando esses artifícios para pedir Pix.
- Prevenção: evite atender chamadas de números desconhecidos e, antes de realizar uma transferência, busque entrar em contato com seu conhecido de outra maneira, para confirmar a história.

Esses golpes exploram a instantaneidade do Pix, mas com as novas regras de 2025, a recuperação é mais viável.
Novidades 2025: regra de devolução do Pix e tendências com IA
Em novembro de 2025, o Banco Central implementou atualizações no MED, facilitando a recuperação de valores em casos de fraude. Agora, vítimas podem rastrear recursos em mais contas, não só na inicial do golpista, com devolução em até 11 dias úteis se comprovado.
Antes, dependia de o dinheiro estar na conta receptora; agora, o processo é mais amplo, incluindo bloqueio cautelar estendido para 96 horas e análise acelerada. Isso reduz o tempo de análise de 7 para 5 dias em muitos casos, integrando ferramentas de IA para detecção automática de padrões fraudulentos.
Outra novidade é o “Botão de Emergência” do Pix, que permite bloqueio imediato via app.
Para tendências com IA, golpistas usam ferramentas como voice cloning para simular chamadas de bancos, aumentando a sofisticação.
Como proteger seu Pix de fraudes
A prevenção é essencial. Adote estas medidas:
- Não clique em links suspeitos de SMS ou e-mails.
- Verifique a autenticidade de sites e apps acessando diretamente os canais oficiais.
- Ative autenticação em duas etapas em todos os apps bancários.
- Monitore transações diariamente via app.
- Desconfie de urgências: golpistas criam pressão para ações rápidas.
- Proteja dados pessoais: evite compartilhar códigos de verificação.
- Use limites diários para Pix no seu banco.

Além disso, reconheça 12 sinais de alerta comuns: pressão para pagamento imediato, ofertas irreais, contas em nome de terceiros, recusa em fornecer documentos, contatos só por redes sociais, promessas de liberação rápida, pedidos de códigos SMS, criação de urgência artificial, alegações de emergências familiares, suporte falso por telefone, apps não oficiais e deepfakes em chamadas.
Como recuperar seu dinheiro após cair no golpe do Pix
Se você foi vítima, aja imediatamente para maximizar chances de recuperação.
Primeiro, contate seu banco e o do receptor, solicitando o acionamento do MED. Forneça detalhes como chave Pix, agência, conta, nome do beneficiário e ID da transação. Em seguida, registre um Boletim de Ocorrência (BO) online ou na delegacia, anexando prints e comprovantes.
Com as regras de 2025, o MED permite devolução em até 11 dias se a fraude for comprovada.
Mas, se o banco negar, ainda há a possibilidade de ajuizar uma ação judicial. A jurisprudência pode ser consultada em fontes oficiais para entender possibilidades.
Passos detalhados:
- Bloqueie acessos e informe bancos (anote protocolos).
- Registre BO com todas as provas.
- Acione MED via app ou SAC (prazo: até 80 dias).
- Consulte advogado para análise judicial se necessário.

Buscando Justiça após o golpe
As ações judiciais são uma opção em casos de fraudes. A jurisprudência reconhece responsabilidades em falhas de segurança, conforme normas aplicáveis.
No entanto, para mais informações, é recomendável buscar a orientação de um profissional qualificado, como um advogado especializado em golpes financeiros.
Você pode entrar em contato com um especialista através do nosso formulário.
Entenda o Bloqueio Cautelar e o Mecanismo Especial de Devolução (MED)
O Bloqueio Cautelar permite congelar recursos por até 96 horas para análise de fraude, ampliado em 2025.
O MED, criado em 2021 e atualizado, viabiliza a devolução se comprovada a fraude, com prazos acelerados: análise em 5 dias e restituição em 72-96 horas.
Bancos devem integrar IA para detecção, conforme norma do BCB de novembro 2025.