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Como manter o tratamento em andamento durante uma ação contra o plano de saúde

Direito à Saúde
Paciente analisando documentos para manter tratamento enquanto ação contra plano de saúde está em andamento.
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Redação

Publicado: dezembro 15, 2025
Tempo estimado de leitura: 6 minutos

Quando um plano de saúde nega cobertura para um tratamento essencial, o impacto pode ser imediato e grave, colocando a saúde em risco. Nesses casos, ingressar com uma ação judicial é uma opção viável para proteger seus direitos.

Mas, para isso, é importante entender como manter o tratamento enquanto a ação contra o plano de saúde prossegue, sem interrupções desnecessárias.

Isso envolve estratégias como a solicitação de liminar contra o plano de saúde, registro de gastos e preservação de provas, garantindo que o cuidado continue fluindo mesmo durante o processo.

Este guia prático é destinado a quem já iniciou ou pretende iniciar um processo contra plano de saúde, destacando mecanismos para sustentar o tratamento ao longo do trâmite.

A ênfase está na continuidade de tratamento judicial, sem explorar o direito inicial ao cuidado, mas sim as ferramentas para mantê-lo ativo, como a liminar, documentação financeira e comunicação eficaz com profissionais médicos.

Liminar: o principal instrumento para manter o tratamento ativo

A liminar surge como a ferramenta mais eficaz para assegurar que o tratamento não pare enquanto a ação avança. Ela representa uma decisão judicial rápida, projetada para casos urgentes.

O que é a liminar e por que ela é solicitada logo no início

A liminar é uma ordem judicial provisória que obriga o plano de saúde a fornecer o tratamento imediatamente, antes do julgamento final.

Sua solicitação ocorre no início da ação devido à natureza urgente: o juiz avalia o pedido em até 72 horas, priorizando riscos à vida ou agravamento de condições.

Isso é baseado na legislação de saúde suplementar, que protege o consumidor contra negativas abusivas. Sem ela, o processo poderia demorar meses, comprometendo a saúde.

Diferença entre liminar e decisão final

Enquanto a liminar oferece alívio imediato e obrigatório, sendo provisória e reversível, a sentença final é o veredicto definitivo após análise completa das provas.

A liminar pode ser confirmada ou alterada na sentença, mas seu cumprimento é exigido desde o deferimento, sob pena de multas ao plano.

Martelo de juiz representando a concessão de liminar plano de saúde para tratamento urgente.

Quando a liminar costuma ser deferida

Juízes tendem a conceder liminares em cenários de alta urgência, como exames diagnósticos críticos, cirurgias inadiáveis, medicamentos de alto custo para doenças crônicas ou terapias contínuas, como quimioterapia.

A chave é demonstrar, via laudos médicos, que a espera causaria danos irreparáveis. A Jurisprudência de Tribunais superiores reforça isso, priorizando o direito à saúde sobre cláusulas contratuais restritivas.

O que fazer após a concessão da liminar

Uma vez deferida, a liminar deve ser implementada rapidamente. Ações imediatas garantem sua efetividade.

Enviar a decisão imediatamente ao plano/hospital/clínica

Notifique o plano de saúde e as instituições envolvidas por meio protocolado, como e-mail certificado ou carta com AR. Isso ativa o cumprimento obrigatório, evitando alegações de desconhecimento.

Guarde o protocolo como prova.

Registrar qualquer descumprimento da liminar

Caso o plano ignore a ordem, documente tudo: capturas de tela de comunicações, gravações legais de atendimentos e protocolos de reclamações.

Essa evidência suporta petições ao juiz para aplicação de multas ou bloqueio de contas, forçando o cumprimento.

Manter comunicação com o médico assistente

Atualize o médico sobre o andamento judicial. Se houver alterações na prescrição, obtenha novos relatórios para justificar ajustes no tratamento, reforçando a necessidade contínua e evitando brechas para contestações do plano.

Quando o paciente paga do próprio bolso: como registrar gastos para reembolso

Em situações onde o tratamento precisa prosseguir antes da liminar ou análise judicial, o paciente pode arcar com custos e buscar reembolso posterior. A documentação é crucial para fortalecer o pedido.

Organização de notas fiscais e recibos para solicitar reembolso plano de saúde posteriormente.

Comprovantes essenciais

Reúna notas fiscais com CNPJ do prestador, recibos detalhados de pagamentos, prescrições médicas e relatórios de urgência.

Esses documentos comprovam a necessidade e o valor gasto, alinhados à legislação que permite reembolso em casos de negativa de cobertura indevida.

Por que documentar tudo desde o início

Essa prática facilita o pedido de reembolso do plano de saúde ao final da ação, demonstrando prejuízos materiais.

Além disso, fortalece a argumentação judicial, mostrando que o plano falhou em sua obrigação, potencializando indenizações por danos morais em casos semelhantes, onde valores podem chegar a dezenas de milhares de reais, conforme decisões judiciais recorrentes.

Cuidados importantes durante o trâmite da ação

Manter o tratamento requer vigilância constante ao longo do processo, preservando evidências e evitando armadilhas.

Guardar toda documentação gerada durante o tratamento

Armazene relatórios médicos, evoluções clínicas, resultados de exames e requisições. Essa coleção serve como prova irrefutável da continuidade necessária, útil em audiências ou recursos.

Registrar contatos com o plano de saúde

Anote protocolos, datas, horários e nomes de atendentes em todas as interações. Isso cria um rastro auditável, essencial para demonstrar tentativas de resolução amigável e eventuais obstruções do plano.

Evitar interromper o tratamento por conta própria

Parar o cuidado voluntariamente pode enfraquecer o caso, quebrando o nexo causal entre a negativa do plano e potenciais danos. Mantenha o tratamento e informe imediatamente o advogado especialista em direito à saúde sobre qualquer mudança, reforçando a dependência da liminar.

Pasta com laudos médicos organizados para garantir a continuidade de tratamento judicial.

Evitando soluções alternativas prejudiciais

Buscar atalhos fora do processo pode comprometer o caso. Foque na via judicial para resultados duradouros.

Por que não recorrer a alternativas paralelas

Opções como empréstimos ou tratamentos improvisados podem prejudicar a ação, ao sugerir que o plano não é essencial. O processo existe para forçar o plano a cumprir sua obrigação, preservando a documentação para reembolso e evitando riscos à saúde.

Como agir se o plano continuar negando mesmo com liminar

Registre a recusa imediatamente e notifique o advogado para petição ao juiz, solicitando multas ou medidas coercitivas. Em casos graves, jurisprudência permite penhora de bens do plano, garantindo cumprimento.

FAQ — Tratamento durante ação contra plano de saúde

A liminar garante que o tratamento comece imediatamente?
Sim, uma vez deferida, a liminar impõe cumprimento imediato, geralmente em 24 a 48 horas, sob risco de sanções ao plano.
O que fazer se o plano descumprir a liminar?
Comunique o advogado para petição judicial, solicitando multas diárias ou bloqueio de contas. Registre todas as evidências de descumprimento.
É possível pedir reembolso de gastos enquanto aguardo a decisão judicial?
Sim, desde que documente despesas com notas fiscais e laudos. O reembolso pode ser pleiteado na ação principal.
Posso ter o tratamento interrompido durante o processo?
Não, se houver liminar ativa. O juiz prioriza a continuidade para evitar danos, conforme normas de saúde suplementar.
O médico pode mudar a prescrição enquanto a ação está em andamento?
Sim, mas obtenha novo laudo justificando a alteração e informe o advogado para atualização no processo.
Quais documentos devo guardar para comprovar continuidade do tratamento?
Relatórios médicos, exames, prescrições e protocolos de contato com o plano, essenciais para fortalecer a ação.
O plano pode punir o beneficiário por entrar com ação judicial?
Não, isso violaria direitos consumeristas. Qualquer retaliação pode gerar nova ação por danos.
O que acontece se a liminar for negada?
O processo continua para julgamento final. Pode-se recorrer da negativa ou apresentar novas provas de urgência.
Quanto tempo a liminar costuma levar para ser analisada?
Geralmente 24 a 72 horas, priorizando casos de risco à saúde.
Preciso avisar o plano de saúde todas as vezes que houver nova prescrição?
Sim, para manter transparência, mas foque em protocolar via oficial, integrando ao processo judicial se necessário.

Se você enfrenta desafios para manter seu tratamento durante uma ação, você pode entrar em contato para entender seus direitos.

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