As Olimpíadas são um evento multiesportivo global com modalidades de verão e de inverno, em que milhares de atletas participam de várias competições.
Assim sendo, trata-se de um dos maiores eventos de massa do mundo.
Compreenda como as Olimpíadas Modernas foram criadas e descubra o que diz a Carta Olímpica.
O que são as Olimpíadas?
De acordo com a Carta Olímpica, documento que estrutura e rege a organização do Comitê Olímpico Internacional (COI), a Olimpíada é o período de quatro anos entre a realização dos Jogos Olímpicos. Vale destacar que essa regra existe desde 1896 e foi criada na Grécia.
Assim sendo, cada Olimpíada começa em 1º de janeiro do ano em que são realizados os Jogos Olímpicos e segue até 31 de dezembro do quarto ano subsequente, véspera do próximo evento.
Jogos Olímpicos
Os Jogos Olímpicos são competições entre atletas, em provas individuais ou por equipes, e não entre países.
As referidas provas reúnem os atletas seleccionados pelos seus respectivos Comitês Olímpicos Nacionais (CONs), cujas inscrições tenham sido aceites pelo COI.
Para isso, os atletas concorrem sob a direção técnica das Federações Desportivas Internacionais (FIs).
Por fim, os Jogos Olímpicos são constituídos pelos Jogos da Olimpíada e pelos Jogos Olímpicos de Inverno, que são aqueles desportos que se praticam sobre a neve ou sobre o gelo.
Como surgiram as Olimpíadas?
As Olimpíadas tiveram origem na cidade de Olímpia, na Grécia Antiga e tinham um forte vínculo religioso. Por volta de 2500 a.C., os gregos faziam homenagens aos deuses, principalmente a Zeus, com a realização de competições.
Todavia, foi somente em 776 a.C. que ocorreram, pela primeira vez, os Jogos Olímpicos de forma organizada e com participação de atletas de várias cidades-estados.
Já o Olimpismo moderno, como conhecemos hoje, foi concebido por Pierre de Coubertin, um historiador e pedagogo francês.
A priori, o objetivo de Pierre de Coubertin de retomar os jogos olímpicos na modernidade era buscar a paz entre as nações, unindo todos em uma celebração esportiva.
Assim sendo, Pierre teve a iniciativa de realizar o Congresso Atlético Internacional em Paris em junho de 1894, no qual convidou vários países para que estes aderissem ao evento, o que culminou na fundação do Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1894.
Desse modo, os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna foram celebrados em Atenas, Grécia, em 1896, e os primeiros Jogos Olímpicos de Inverno foram celebrados em Chamonix, França, em 1924.
Desde então, não foram realizadas Olimpíadas apenas durante as duas guerras mundiais, em 1916, em decorrência da Primeira Guerra Mundial e, em 1940 e 1944, em decorrência da Segunda Guerra Mundial.
O que é o Movimento Olímpico?
O Movimento Olímpico é submetido à autoridade e liderança suprema do Comité Olímpico Internacional e engloba as organizações, os atletas e outras pessoas que concordam submeter-se à Carta Olímpica.
Vale destacar, que o principal objetivo do Movimento Olímpico é contribuir para a construção de um mundo melhor e pacífico por meio da educação dos jovens por via do desporto praticado de acordo com o Olimpismo e os seus valores.
Contudo, as três principais partes constitutivas do Movimento Olímpico são:
- o Comitê Olímpico Internacional (COI);
- as Federações Desportivas Internacionais (FIs);
- os Comitês Olímpicos Nacionais (CONs).
Todavia, além das três principais partes constitutivas, o Movimento Olímpico abrange, entre outras organizações e instituições reconhecidas pelo COI, as seguintes entidades:
- os Comitês Organizadores dos Jogos Olímpicos (COJOs);
- as associações nacionais;
- clubes e pessoas pertencentes às FIs e aos CONs, em particular os atletas, cujos interesses constituem um elemento fundamental da ação do Movimento Olímpico;
- juízes e árbitros;
- treinadores e outros oficiais e técnicos.
Por fim, toda e qualquer pessoa ou organização que pertença ao Movimento Olímpico está sujeita às regras da Carta Olímpica e deve obediência às decisões do COI.
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Conheça a Carta Olímpica
A Carta Olímpica (CO) é a codificação dos Princípios Fundamentais do Olimpismo, das Regras e dos Textos de Aplicação adotados pelo Comité Olímpico Internacional (COI).
Esse documento governa a organização, a ação e o funcionamento do Movimento Olímpico (MO) e fixa as condições de celebração dos Jogos Olímpicos.
Em síntese, a Carta Olímpica tem como base três objetivos principais:
- enquanto documento de base de natureza constitucional, fixa e apela aos princípios fundamentais e valores essenciais do Olimpismo;
- servir igualmente como Estatutos do Comité Olímpico Internacional;
- definir os principais direitos e obrigações das três principais partes constitutivas do Movimento Olímpico, nomeadamente o Comité Olímpico Internacional, as Federações Internacionais e os Comités Nacionais Olímpicos, bem como os Comités Organizadores dos Jogos Olímpicos, sendo que todos se devem conformar com a Carta Olímpica.
Quais são os princípios fundamentais do Olimpismo?
A Carta Olímpica determina quais são os princípios Fundamentais do Olimpismo da seguinte forma:
- O Olimpismo é uma filosofia de vida que exalta e combina de forma equilibrada as qualidades do corpo, da vontade e do espírito. Aliando o desporto à cultura e educação, o Olimpismo é criador de um estilo de vida fundado no prazer do esforço, no valor educativo do bom exemplo e no respeito pelos princípios éticos fundamentais universais.
- O objetivo do Olimpismo é o de colocar o desporto ao serviço do desenvolvimento harmonioso do Homem em vista de promover uma sociedade pacífica preocupada com a preservação da dignidade humana.
- O Movimento Olímpico é a ação, concertada, organizada, universal e permanente, de todos os indivíduos e entidades que são inspirados pelos valores do Olimpismo, sob a autoridade suprema do COI. Estende-se aos cinco continentes e atinge o seu auge com a reunião de atletas de todo o mundo no grande festival desportivo que são os Jogos Olímpicos. O seu símbolo é constituído por cinco anéis entrelaçados.
- A prática do desporto é um direito do homem. Todo e qualquer indivíduo deve ter a possibilidade de praticar desporto, sem qualquer forma de discriminação e de acordo com o espírito Olímpico, o qual requer o entendimento mútuo, o espírito de amizade, de solidariedade e de fair play. As organizações, administração e gestão do desporto devem ser controladas por organizações desportivas independentes.
- Toda a forma de descriminação relativamente a um país ou a uma pessoa com base na raça, religião, política, sexo ou outra, é incompatível com a pertença ao Movimento Olímpico.
- Pertencer ao Movimento Olímpico exige o respeito da Carta Olímpica e o reconhecimento pelo COI.
Quais são os símbolos olímpicos?
As Olimpíadas tem dois símbolos olímpicos que são de extrema importância para o Olimpismo, a bandeira olímpica e a tocha olímpica.
Bandeira Olímpica
Em 1914, foi adotada a bandeira olímpica, oferecida por Pierre de Coubertin no Congresso de Paris.
A referida bandeira carrega o símbolo Olímpico, que é composto por cinco anéis entrelaçados de iguais dimensões, que representam a união dos cinco continentes e o encontro dos atletas do mundo inteiro nos Jogos Olímpicos.
Os “anéis Olímpicos” são usados isoladamente, numa ou em cinco diferentes cores.
De acordo com as regras do COI, quando utilizados na versão de cinco cores, as cores devem ser, da esquerda para a direita, as seguintes;
- o azul;
- o amarelo;
- o preto;
- o verde e;
- o vermelho.
Logo, os anéis são entrelaçados da esquerda para a direita da seguinte maneira:
- os anéis azul, preto e vermelho estão situados no topo;
- o amarelo e o verde na base
Por fim, o símbolo Olímpico exprime a atividade do Movimento Olímpico e representa a união dos cinco continentes e o encontro de atletas do mundo inteiro nos Jogos Olímpicos.
Tocha Olímpica
Antes dos Jogos Olímpicos começarem, a Tocha Olímpica precisa ser acesa para oficializar o início da competição e sua chama olímpica faz uma referência ao fogo que queimava em homenagem à deusa Hera (Juno), durante os jogos de Olímpia.
Vale lembrar que os Jogos Olímpicos tiveram início na cidade de Olímpia, na Grécia antiga, por isso, receberam este nome.
Além disso, os gregos consideravam o fogo como algo divino, então acendiam chamas nas portas dos templos e, naquela época, mensageiros percorriam cidades para anunciar que a data de início da competição estava se aproximando, marcando um período de paz entre os povos.
Atualmente, a chama percorre um grande trajeto passando por cidades e pelas mãos de convidados que vão conduzi-la até seu destino.
Na era moderna, a cidade de Amsterdã, em 1928, foi a primeira edição a ter uma Pira Olímpica acesa em um dos seus estádios.
Na edição de Berlim, em 1936, foi realizado o primeiro revezamento da Tocha Olímpica que percorreu sete países antes de chegar na cidade que recebeu os Jogos naquele ano.
A primeira tocha foi carregada por 3 mil corredores até o estádio olímpico de Berlim, tudo foi calculado para que a chegada coincidisse com o exato momento da festa.
Vale destacar, que esse ritual foi criado para estabelecer um elo entre os jogos da antiguidade e os jogos contemporâneos.
Ademais, a Tocha Olímpica é acesa em uma cerimônia nas ruínas de Olímpia na Grécia por meio de raios de sol refletidos por um espelho dão origem à chama.
Por fim, a chama olímpica representa, entre outras coisas, a pureza da eterna juventude olímpica.
Contudo, ao longo do tempo, a Tocha Olímpica recebeu algumas modificações no seu design para não apagar ao longo do caminho, independente da condição climática, porém, nunca perdeu seu real significado, o de simbolizar o espírito de paz ao longo das Olimpíadas.
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