
Em um caso recente que reforça a importância dos direitos dos consumidores no setor de turismo, a Justiça determinou indenização por falha em pacote de viagem Decolar.
Duas viajantes enfrentaram um grande transtorno durante uma viagem de fim de ano, quando descobriram que não havia reserva de hospedagem confirmada, apesar de terem pago pelo pacote completo.
Essa decisão destaca como empresas de intermediação de viagens devem responder por problemas que afetam os clientes, mesmo atuando como facilitadoras. Vamos entender os detalhes desse episódio e o que ele significa para quem planeja viagens.
A Decolar, conhecida como uma das maiores agências de viagens online no Brasil, oferece pacotes que incluem voos, hospedagens e outros serviços. No entanto, falhas como essa podem transformar o sonho de férias em um pesadelo, gerando custos extras e estresse emocional.
Aqui, exploramos o ocorrido, os impactos e como decisões judiciais como essa protegem os consumidores.
Entendendo o caso: o que levou à indenização por falha em pacote de viagem Decolar
As viajantes adquiriram um pacote para São Miguel dos Milagres, em Alagoas, partindo de São Paulo no final de dezembro de 2024. O voo ocorreu sem problemas, mas ao chegarem à pousada reservada, foram informadas de que não havia registro em seus nomes. Elas tentaram contato imediato com a empresa por telefone, mas não receberam suporte adequado para resolver a situação no momento.
Sem opções, as consumidoras precisaram buscar uma nova hospedagem por conta própria, pagando R$ 3.250,00 – valor superior ao original. A empresa efetuou um reembolso parcial de R$ 1.248,77, mas recusou cobrir a diferença de R$ 2.001,23. Além do prejuízo financeiro, o incidente ocorreu na véspera de réveillon, agravando a angústia e o desamparo em um local distante de casa.
A Justiça reconheceu a responsabilidade solidária da Decolar, baseada no Código de Defesa do Consumidor. A empresa não é mera intermediária, mas fornecedora de serviços, obrigada a garantir a qualidade do que vende. O juiz rejeitou a alegação de ilegitimidade passiva da ré, afirmando que ela deve responder por vícios na execução do contrato, independentemente de quem cometeu o erro inicial.
Os prejuízos destacados na decisão
Os danos foram evidentes. Financeiramente, as viajantes arcariam com despesas extras se não houvesse intervenção judicial. Emocionalmente, o estresse de ficar sem hospedagem em um período festivo extrapolou o mero aborrecimento cotidiano. Imagine chegar a um destino paradisíaco, ansioso por descanso, e se deparar com a incerteza de onde passar a noite – isso causa danos morais reais, como angústia e frustração.

A decisão enfatizou que tais falhas violam os direitos do consumidor, especialmente em relações de consumo onde há vulnerabilidade do cliente. A empresa, ao confirmar a reserva e cobrar pelo serviço, assume o risco de problemas na cadeia de fornecedores. Esse caso ilustra como o turismo, setor em crescimento no Brasil, precisa priorizar a transparência e o suporte para evitar prejuízos semelhantes.
Importância da decisão para o setor de viagens
Essa sentença não é isolada. Casos semelhantes contra agências online crescem, reforçando que intermediadoras como a Decolar respondem solidariamente por falhas de parceiros, como hotéis ou pousadas. A Justiça aplicou o parágrafo único do artigo 7º do Código de Defesa do Consumidor, que impõe responsabilidade conjunta para reparar danos.
Para os consumidores, isso significa maior proteção ao comprar pacotes de viagem. Erros em reservas de hotel, comuns em períodos de alta demanda como festas de fim de ano, agora têm precedentes claros para indenizações. A decisão também desestimula práticas negligentes, incentivando empresas a melhorar seus processos de confirmação e atendimento.
Um advogado com conhecimento em direito consumerista pode fazer a diferença nesses cenários. Ele ajuda a reunir provas, como comprovantes de compra e contatos frustrados, e a argumentar pela reparação adequada, garantindo que os direitos sejam respeitados sem complicações extras.
Como evitar problemas em pacotes de viagem
Planejar uma viagem deve ser prazeroso, não estressante. Aqui vão dicas baseadas em lições desse caso:
- Verifique confirmações: Sempre confira e-mails de reserva diretamente com o hotel ou pousada antes da partida.
- Guarde documentos: Mantenha recibos, comprovantes de pagamento e registros de contatos com a agência.
- Conheça seus direitos: O Código de Defesa do Consumidor protege contra falhas em serviços, incluindo reembolsos e indenizações.
- Escolha agências confiáveis: Opte por empresas com boa reputação e suporte 24 horas.
Se algo der errado, é recomendável buscar orientação legal. Decisões como essa mostram que a Justiça está ao lado do consumidor quando há provas claras de prejuízo.
Principais informações do caso
- Data da sentença: 30 de junho de 2025;
- Juiz: Rodrigo Soares;
- Número do processo: 1001971-55.2025.8.26.0348.
Essa decisão reforça a necessidade de responsabilidade no turismo, beneficiando todos os que amam viajar com segurança.