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A crescente incidência de sequestros-relâmpagos levanta questões sobre a responsabilidade das instituições bancárias de proteger seus clientes contra transações fraudulentas decorrentes desse tipo de crime.
Soma-se a isso, o fato de que com a implementação do PIX, essa forma de crime ganhou uma nova dinâmica e facilidade, exigindo dos bancos uma vigilância ainda mais rigorosa para proteger seus clientes.
Surge, portanto, a indagação sobre a responsabilidade das instituições bancárias em relação aos prejuízos financeiros enfrentados pelas vítimas desses incidentes. Será justo imputar aos bancos a responsabilidade por tais danos econômicos?
Neste contexto, é crucial compreender os direitos envolvidos e buscar orientação junto a profissionais especializados, a fim de buscar reparações e justiça diante dos danos suportados.
Confira a seguir o que pode fazer o banco ser responsabilizado em caso de sequestro-relâmpago e saiba por que é fundamental ter um advogado ao seu lado nessa situação.
O sequestro é um crime onde a vítima é mantida em cativeiro por um período prolongado, muitas vezes com o objetivo de obter um resgate. Já o sequestro-relâmpago é uma ação mais rápida, onde os criminosos mantêm a vítima sob seu controle por um curto período, geralmente com o objetivo de realizar saques ou transações financeiras.
Os bancos são considerados prestadores de serviço e, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, têm o dever de zelar pela segurança das transações realizadas por seus clientes, inclusive as realizadas por meio do PIX, que, devido à sua natureza instantânea, exige uma vigilância ainda mais rigorosa por parte das instituições financeiras.
Por isso, devem implementar medidas de segurança eficazes para prevenir transações não autorizadas, identificar atividades suspeitas e proteger as informações pessoais e financeiras dos correntistas.
Logo, a responsabilidade do banco em caso de sequestro-relâmpago está vinculada à garantia de segurança e proteção dos seus clientes, podendo ser obrigado a indenizar a vítima pelos danos financeiros sofridos em decorrência do crime, quando há comprovação de falhas nos sistemas de segurança da instituição.
Além disso, com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em vigor, os bancos têm a responsabilidade de garantir a proteção dos dados pessoais de seus clientes, já que falhas associadas a vazamentos de informações também podem gerar indenizações e penalidades para as instituições.
Os bancos costumam alegar que as transações foram realizadas com o uso de informações pessoais do cliente, como senhas, o que torna difícil identificar atividades fraudulentas, declarando, em muitos casos, a “ilegitimidade passiva”.
No entanto, com a crescente digitalização dos serviços bancários e a implementação de novas tecnologias como o PIX, é essencial que as instituições atualizem constantemente seus protocolos de segurança para proteger os clientes contra os mais diversos tipos de fraudes.
Vale lembrar, que a “ilegitimidade passiva” é uma terminologia jurídica que se refere à situação em que uma das partes envolvidas em um processo judicial é considerada inadequada ou incapaz de ser responsabilizada legalmente pela demanda apresentada.
No contexto de casos de indenização em sequestro-relâmpago, a “ilegitimidade passiva” significa que o banco alega que não possui relação direta com os eventos que causaram os danos ou que não tem o dever legal de agir de maneira diferente.
Portanto, essa terminologia reflete um aspecto crucial nas batalhas legais em torno da responsabilidade e indenização em casos de sequestro-relâmpago e outras situações semelhantes.
Em muitos casos, os tribunais têm reconhecido a responsabilidade dos bancos por não garantirem segurança adequada e por não identificarem transações atípicas.
É preciso destacar que recai sob os bancos a “responsabilidade objetiva”, o que significa que ele é responsável pelos danos causados, independentemente de culpa. Ou seja, basta comprovar que o dano foi em decorrência da relação com o banco.
Há também o “princípio da vulnerabilidade”, disposto no Código de Defesa do Consumidor, que estabelece que o consumidor é considerado a parte mais frágil da relação de consumo. Portanto, as instituições devem adotar medidas para proteger seus interesses e direitos.
Ademais, de acordo com a jurisprudência e a súmula 479 do STJ, os bancos têm responsabilidade objetiva pelos danos gerados por fraudes ou delitos praticados por terceiros. Isso reforça a necessidade de as instituições financeiras investirem em sistemas de segurança robustos e eficientes.
É importante destacar que cada caso é único e deve ser analisado individualmente mas, se houve falhas de segurança por parte do banco, é possível buscar compensação pelos danos.
Por isso, caso você seja vítima de um sequestro-relâmpago que resultou em prejuízos financeiros, é recomendado buscar orientação jurídica para entender suas opções e direitos em relação à responsabilidade do banco e uma possível indenização.
Caso o banco não tenha tomado as devidas medidas para proteger suas informações e transações, e não tenha sido possível estabelecer um acordo junto aos mesmos, é possível buscar indenização por meio de ação judicial, alegando a responsabilidade da instituição.
Não é possível determinar um valor único pré-fixado para casos de indenização por parte dos bancos após um sequestro-relâmpago.
Isso porque, para determinar os valores da indenização, o juiz leva em conta diversos critérios, como o dano emocional sofrido pela vítima, os prejuízos financeiros causados pelas transações fraudulentas e a gravidade das falhas de segurança por parte da instituição financeira.
A atuação do advogado especializado abrange diversas etapas e funções que visam proteger os interesses da vítima e assegurar que seus direitos sejam devidamente respeitados.
Entre eles, é possível destacar:
Se você for vítima de um sequestro-relâmpago e houver transações fraudulentas que foram efetuadas em sua conta, é fundamental agir rapidamente para minimizar os danos e proteger seus interesses financeiros.
Veja a seguir uma sugestão de um passo-a-passo a ser seguido nessas situações:
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Imagem em destaque: Freepik (rawpixel.com)
Conheça as dificuldades enfrentadas pelas vítimas.
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Tema foi abordado em matéria da InfoMoney, com participação especial do advogado Léo Rosenbaum.
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