A Poliomielite ou paralisia infantil atinge crianças e adultos, e pode atacar o sistema nervoso e provocar paralisia nos membros inferiores.
Segundo a Fiocruz, cerca de 1% dos infectados pelo vírus desenvolve a forma paralítica da doença, que pode causar sequelas permanentes, insuficiência respiratória e, em alguns casos, levar à morte.
Vale lembrar que o Brasil foi certificado em 1994, pela Organização Mundial da Saúde, como livre da poliomielite, juntamente com os demais países da região das Américas.
Visando aumentar a cobertura vacinal contra a doença, que vem caindo ao redor do mundo, o Brasil realiza a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo integra essa ação.
Compreenda como funciona o esquema vacinal contra a poliomielite e saiba porque existe o risco dessa doença voltar ao mundo.
O que é a poliomielite?
A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um enterovírus.
O enterovírus é um gênero de vírus que tem como principal meio de replicação o trato gastrointestinal, ou seja, trata-se de vírus que vive no intestino, denominado poliovírus.
Como ocorre a transmissão da Poliomielite?
A transmissão acontece via oral, por meio de água ou alimentos contaminados com o vírus.
Porém, também ocorre a transmissão por contato direto pessoa a pessoa, quando há contato com fezes ou secreções expelidas pela boca de pessoas infectadas.
É importante frisar que a falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária são fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.
Quais são os sintomas da Poliomielite?
A maioria das pessoas infectadas não desenvolvem sintomas graves. Tal condição pode fazer com que a doença passe despercebida.
Contudo, existem alguns sinais e sintomas que costumam aparecer com mais frequência. São eles:
- febre;
- mal-estar;
- dor de cabeça;
- vômito;
- diarreia;
- rigidez na nuca.
Vale destacar que nos casos graves, em que ocorrem as paralisias musculares, os membros inferiores geralmente são os mais atingidos.
Como prevenir a Poliomielite?
A vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite.
Assim sendo, todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual.
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Quem deve tomar a vacina contra a Poliomielite?
Deve tomar a vacina contra a Poliomielite os seguintes públicos:
- crianças menores de cinco anos e adolescentes de até 19 anos, sem histórico vacinal ou com esquema vacinal incompleto;
- viajantes, imigrantes e refugiados de países endêmicos ou em surto, de qualquer idade, sem registro de aplicação.
Como funciona a vacina contra a Poliomielite?
O Programa Nacional de Imunização (PNI) recomenda a vacinação de crianças a partir de dois meses até menores de cinco anos de idade, com doses do esquema básico.
Além do mais, devem ser realizadas doses de reforço com a VOP aos 15 meses e aos quatro anos de idade.
No entanto, o esquema vacinal contra a Poliomielite é descrito de maneiras diferentes. São elas:
- vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) (VOP) é apresentada sob a forma líquida em frasco multidose, em bisnaga conta-gotas de plástico;
- vacina de poliomielite VIP (aos 2 e 4 meses) e uma dose da VOP (aos 6 meses), com intervalo de 60 dias entre as doses e mínimo de 30 dias.
Qual a diferença das vacinas VIP e VOP?
A principal diferença entre as vacinas VIP e VOP é que, enquanto a VIP é injetável, a VOP é a vacina de gotinhas.
Cabe acrescentar que as duas protegem contra os vírus da pólio dos tipos 1, 2 e 3.
Existe o risco de voltar a Poliomielite no mundo?
De acordo com a Secretaria de Comunicação (SECOM) da Prefeitura da Cidade de São Paulo, existe o risco da volta da doença no mundo.
Isso porque a cobertura vacinal ideal para garantir a proteção da população contra a doença é de 95%.
No entanto, os índices de vacinação global estão caindo nos últimos dez anos, resultando, depois de décadas sem registros de casos da doença, no ressurgimento da Poliomielite em alguns países.
Tal situação tem preocupado a Organização Mundial da Saúde (OMS), que vem emitindo vários alertas nos últimos anos sobre a importância da vacinação como forma de prevenção.
E no Brasil?
Segundo dados oficiais, no Brasil, ocorreu uma queda acentuada do índice de cobertura vacinal contra a Poliomielite.
Isso porque, em 2021, a vacinação contra pólio (três primeiras doses da vacina) ficou em 67,71%, contra 96,55% em 2012.
Vale lembrar que o Brasil já chegou a registrar índices próximos a 100% de cobertura vacinal contra a doença, tanto que, em 1994, recebeu o selo de eliminação da poliomielite.
Nesse contexto, o país comprometeu-se a manter as campanhas nacionais de vacinação para garantir que novos casos não apareçam em território nacional.
Quais os índices de vacinação contra a Poliomielite em São Paulo?
Em maio deste ano a cobertura vacinal contra a pólio atingiu 80,65% no município, contra 77,99% em 2021. A meta do Ministério da Saúde é 95%.
Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite e Multivacinação para atualização da caderneta de vacinação da criança e do adolescente
O Ministério da Saúde (MS) realiza, entre 8 de agosto e 9 de setembro, mais uma edição da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e da Campanha Nacional de Multivacinação.
No entanto, o Governo destaca que os estados e municípios possuem autonomia para estipular datas adicionais.
Durante a campanha, serão vacinadas contra a pólio as crianças menores de 5 anos, visando alcançar, no mínimo, 11.572.563 crianças dessa faixa etária.
Não obstante, a ação também prevê a atualização das vacinas de rotina de forma geral. Nesses casos, o público-alvo são os menores de 15 anos. Confira o calendário de vacinação para todas as faixas etárias e mantenha a sua carteira de vacinação e a da sua família sempre atualizada.
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