A corrida para encontrar uma vacina eficaz contra Covid-19 está na reta final, com imunizantes já em teste. No entanto, muitas pessoas ainda possuem algumas incertezas quanto à vacinação. Conheça os principais fatos sobre a imunização contra Coronavírus e esclareça suas dúvidas.
Nesse momento delicado em que estamos vivendo hoje com a pandemia, a saúde pública está em risco e a corrida pela descoberta da vacina contra Covid-19 é acirrada. Quase um ano depois dos primeiros casos pelo mundo, alguns países já aprovaram as primeiras vacinas.
O Brasil deve aprovar vacinas em breve, sendo que a ANVISA já liberou estudos clínicos para alguns tipos. Contudo, a opinião pública quanto à vacinação está dividida, existindo diversas dúvidas quanto à segurança, eficácia e logística.
Com base nessas questões, este post reuniu tudo o que você precisa saber sobre a vacina contra Covid-19. Siga na leitura!
Qual a importância da vacina contra Covid-19?
A vacinação é extremamente importante para que as pessoas possam criar resistência e se proteger de diferentes doenças. Além disso, as vacinas ajudam a controlar e prevenir surtos, epidemias e pandemias.
Isso porque uma pessoa imunizada diminui as chances de contágio, até mesmo para aqueles que não estão vacinados. Dessa forma, além da prevenção, pode-se até mesmo erradicar uma doença, como aconteceu com a Varíola, que registrou seu último caso em 1977, no Brasil.
Manter a população vacinada também é um benefício econômico, que ajuda a gestão da saúde pública: é mais fácil e barato prevenir uma doença do que fazer um tratamento.
No caso da pandemia de Covid-19, a população está enfrentando uma doença altamente contagiosa. A transmissão, conforme análise, pode acontecer por meio de:
- toque de mãos;
- gotículas de saliva;
- espirro;
- tosse;
- catarro;
- objetos ou superfícies contaminadas como celulares, mesas, maçanetas, corrimãos, embalagens, etc.
Mesmo que existam diversas medidas de segurança, elas ajudam a reduzir o contágio, mas não são suficientes para erradicar a pandemia. Por isso, a vacina possui um papel fundamental no combate ao Coronavírus.
Como será a vacina contra Covid-19 no Brasil?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem quase 200 propostas de vacina contra Covid-19. No entanto, somente 44 chegaram à fase de experimentação em humanos, chamada de estudos clínicos.
Dessas, 10 vacinas chegaram à fase três de estudos e devem comprovar sua eficácia e a inexistência de danos à saúde. Para isso, são realizados testes com participantes ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
Aqui, já receberam autorização para estes experimentos as vacinas desenvolvidas pelos laboratórios AstraZeneca/Oxford, Sinovac, Johnson & Johnson e Pfizer/Biontech/Fosun Pharma.
No entanto, não houve nenhuma declaração quanto a qual delas será utilizada.
Qual a eficácia das vacinas contra vírus Covid-19?
Cada vacina contra Covid-19 possui um nível de eficácia diferente:
- BNT162 (Pfizer, BioNTech e Fosun): 95% de eficácia média;
- AZD1222 (AstraZeneca e Oxford): 70% de eficácia média;
- Janssen (Johnson & Johnson): 98% de eficácia média;
- CoronaVac (Sinovac): 97% de eficácia média.
Além das vacinas em teste no Brasil, também estão em destaque a produção da Moderna, com uma eficácia de quase 95% e a vacina russa Sputnik V que alcançou resultados similares.
Em todo caso, para receber aprovação aqui no Brasil, a vacina deve possuir eficácia igual ou superior ao mínimo estipulado pela ANVISA. Embora a agência tenha declarado que o limite seja de 70%, no final de setembro o órgão sinalizou a possibilidade de aprovação com 50% de eficácia.
As novas vacinas são seguras?
O fato de a ANVISA já ter aprovado o estudo clínico de algumas vacinas não significa que haverá produção e distribuição no Brasil. Para conseguir o registro no país, a vacina deve atender aos requisitos da agência para segurança e controle de qualidade. Entenda:
Eficácia, segurança e qualidade
Todas as farmacêuticas devem fornecer dados brutos sobre a eficácia, segurança e qualidade de suas respectivas vacinas. Dessa forma, a ANVISA pode averiguar as informações através de um comitê composto por farmacêuticos, médicos, biólogos e estatísticos.
Além disso, o órgão avalia a qualidade do produto, considerando questões como:
- o prazo de validade;
- quais são os ensaios e testes realizados;
- o método de fabricação;
- o local de fabricação.
Boas práticas de fabricação
Para conferir as boas práticas de fabricação, o órgão faz uma visita (remota ou presencial) ao local de fabricação. Nessa etapa, a ANVISA avalia se há condições técnico-operacionais, equipamentos e uma equipe apta a produzir em larga escala.
Farmacovigilância
Farmacovigilância é a responsabilidade que as empresas devem assumir para poder produzir a vacina. Esses deveres são referentes ao monitoramento do desempenho do produto após aprovação, acompanhando as reações adversas.
Quando a população brasileira será vacinada?
Visto que ainda não há registros de nenhuma vacina contra Covid-19 no Brasil, a data de início para a vacinação ainda é incerta. No entanto, o Ministério da Saúde estima que a vacinação deva ocorrer a partir de janeiro de 2021.
A estimativa é baseada no fato de que já existem duas vacinas negociadas e que estão na fase 3 de testes.
Toda a população será vacinada?
Na última quinta-feira (03/12), o Senado aprovou um projeto de lei que determina que a vacina contra Covid-19 é universal e gratuita. Além disso, a PL prevê a priorização dos grupos de riscos e de venda para o SUS até que as metas de imunização sejam cumpridas.
De acordo com o Ministério da Saúde, a expectativa para 2021 é imunizar 109,5 milhões de pessoas em um plano dividido em 4 fases:
- Primeira fase: profissionais da saúde, idosos (a partir dos 75 anos de idade), pessoas com 60 anos ou mais que vivem em asilos e instituições psiquiátricas (ou outras instituições de longa permanência) e indígenas;
- Segunda fase: pessoas de 60 a 74 anos;
- Terceira fase: pessoas que apresentam maior chance para agravamento da Covid-19 (como pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares);
- Quarta fase: professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.
A vacina contra Covid-19 será obrigatória no Brasil?
De acordo com a declaração do presidente Jair Bolsonaro em outubro, não será obrigatório tomar a vacina contra Covid-19.
A vacina acabará com a pandemia?
Esperar que a vacina seja a solução de todos os problemas relacionados à pandemia é um risco. Isso porque existem diversas questões que a população deve considerar, como por exemplo:
O tempo para desenvolvimento da vacina
Geralmente, o tempo de desenvolvimento de uma forma de imunização varia entre 10 e 15 anos. No caso atual, os pesquisadores tiveram poucos meses para criar uma vacina eficaz contra Covid-19.
Assim sendo, podem surgir imprevistos quanto a duração da imunização, além de não se saber sobre possíveis problemas que ela causaria.
Efeitos colaterais
Assim como qualquer outro medicamento, a vacina contra Covid-19 pode apresentar efeitos adversos. Por exemplo, a potencialização dependente de anticorpos (ADE).
Na ADE, ao invés de gerar a imunização, a vacina potencializa os sintomas em caso de infecção pela doença.
Logística
Um dos principais desafios quanto à vacina contra Covid-19 é logístico e remete à produção e à distribuição das doses. É importante encontrar um equilíbrio para produzir essas vacinas sem interferir na produção de outros medicamentos e imunizantes.
Além disso, a distribuição pode ser problemática, pois as vacinas exigem características específicas de armazenamento.
O efeito difere em cada organismo
A eficácia de uma vacina contra Covid-19 é estipulada por uma média, que considera diversos fatores. Por exemplo, os idosos são mais suscetíveis à infecção, mas à medida que nosso sistema imunológico envelhece, ele fica enfraquecido.
Logo, as vacinas são menos eficientes em idosos.
A proteção é parcial
Não existe vacina que seja 100% eficaz contra Covid-19. Considerando isso e os outros fatores apresentados acima, é fundamental manter os protocolos de segurança e higiene.
Por isso, mesmo após a vacinação, a população deve seguir as medidas de segurança recomendadas pelas autoridades.
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