A covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo vírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global.
De acordo com o painel de casos de doença pelo coronavírus no Brasil do Ministério da Saúde, o país já ultrapassa a marca de mais de 16 milhões de infectados.
Assim sendo, é fundamental realizar a testagem no maior número de pessoas possível para controlar a disseminação do vírus.
Compreenda para que servem e como funcionam os tipos de testes de covid-19 aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para utilização em território nacional.
Quais são os tipos de teste para covid-19?
Existem diferentes exames laboratoriais indicados para investigação da infecção pelo coronavírus. Todavia, o exame indicado para cada caso depende, principalmente, da manifestação de sintomas ou estágio da doença.
Dessa forma, para cada situação, há indicação de um tipo diferente de testagem.
Testes moleculares
São testes indicados para identificar a presença ativa do vírus, como por exemplo, nos casos em que a pessoa apresenta sintomas.
Além disso, os testes moleculares pesquisam a presença do Ácido ribonucleico (RNA) viral no corpo, que é o material genético do vírus SARS-CoV-2, visam confirmar a infecção e possibilitam a busca pelas melhores condutas terapêuticas para o paciente.
Existem diversas metodologias clínicas utilizadas para a aplicação desse tipo de teste, conforme o laboratório que o oferece e a maioria são variações derivadas dos testes moleculares que seguem abaixo.
RT-PCR
O RT-PCR é um teste que identifica a presença do RNA do vírus e é considerado por especialistas o exame laboratorial padrão de referência para diagnóstico da infecção.
Na prática, é colhido por meio do swab nasal, um cotonete grande que é introduzido no nariz ou na garganta do paciente, para colher a secreção respiratória e identificar se há material genético do vírus vivo.
Quando feito na primeira semana de sintomas, chega a ter mais de 90% de precisão, sendo raro acusar um resultado “falso positivo”.
No mais, o RT-PCR pode ter o resultado expedido em poucas horas mas, na maioria dos laboratórios, possui um prazo de realização de 24 a 72 horas.
Por fim, esse teste identifica o vírus no período em que o mesmo está ativo no organismo, tornando possível aplicar a conduta médica apropriada, sejam elas, internação, isolamento social ou outro procedimento pertinente para o caso em questão da pessoa infectada.
Contudo, vale ressaltar que esse tipo de teste se baseia na detecção de fragmentos do material genético do vírus e revela se a pessoa está doente no momento da realização do exame, portanto, não serve para detectar contágios anteriores.
PCR-LAMP
Esse também é um teste molecular, porém, costuma ser mais barato que RT-PCR, mais avançado e rápido quanto à detecção do coronavírus.
Pode ser comprado diretamente pelo consumidor final, pois esse teste não precisa de pedido médico.
Ele também detecta o RNA do novo coronavírus com o intuito de indicar se a pessoa está atualmente com covid-19 e deve ser feito a partir dos primeiros dias de infecção.
Entretanto, apesar de ser similar ao RT-PCR, o PCR-LAMP é feito pela saliva, ou seja, não requer o uso de swab, o que o torna indolor e não invasivo.
A técnica PCR-LAMP pode chegar a 99% de especificidade e mais de 80% de sensibilidade, precisão equivalente àquela do RT-PCR.
Ademais, as principais vantagens são que o resultado é liberado em até 24h depois que a amostra chegar ao laboratório e que este pode ser adquirido a qualquer momento, como antes de ter contato com pessoas próximas, para evitar a transmissão do vírus, ou depois, para saber se está contaminado ou não.
Também pode te interessar:
Saiba qual é o intervalo entre as doses das vacinas contra covid-19
Diretrizes da vacinação da covid-19 em pessoas com comorbidades
Plano de Vacinação contra a covid-19: direitos do cidadão ao se vacinar
Testes de sorologia ou imunológicos
São ensaios imunológicos, recomendados para estudos de prevalência e evolução da disseminação da epidemia, que pesquisam a presença de anticorpos produzidos contra o vírus, entre eles:
- os anticorpos da classe IgM, que indicam uma infecção recente, ou seja, fase aguda da doença;
- os anticorpos da classe IgG, que indicam que o indivíduo teve infecção pregressa;
- os anticorpos da classe IgA, uma imunoglobulina que tem como principal função a defesa do organismo e, por isso, quando em concentrações mais baixas, pode favorecer o desenvolvimento de infecções.
Esses anticorpos IgM ou IgA geralmente começam a ser produzidos pelo organismo a partir do 7º dia de sintomas e tornam-se detectáveis, na maioria dos indivíduos, a partir do décimo quarto dia de doença.
Portanto, pode ser realizado por quem já apresentou sintomas há mais de 14 dias ou julga que pode ter tido contato com o vírus nesse intervalo.
Vale frisar, que um resultado negativo desse teste não exclui a possibilidade de doença.
Atualmente, existem diversas modalidades de sorologias disponíveis, podendo realizar o teste a partir de amostras de sangue, soro ou plasma.
O teste sorológico é realizado a partir de diferentes tecnologias, entre elas:
- imunoensaio enzimático (ELISA) – revela a presença de IgA e IgG;
- quimioluminescência (CLIA) – é baseado na emissão de luz produzida por reações químicas e discrimina IgM e IgG;
- eletroquimioluminescência (ECLIA) – que identifica os anticorpos totais, sem fazer diferenciação entre eles.
Por fim, a sorologia deve ser realizada em sangue venoso, coletado por meio de uma punção do sangue da veia do paciente, que é coletado e armazenado em tubos para ser analisado em laboratório.
Todavia, também existem os testes sorológicos rápidos que pesquisam a presença de anticorpos contra o vírus em média de 20 minutos e sem a necessidade de estrutura laboratorial.
Testes rápidos
O teste de imunocromatografia de fluxo lateral, ou simplesmente, teste rápido, corresponde a uma alteração de cor a partir de uma reação entre o antígeno e o anticorpo, quando o sangue colhido entra em contato com o reagente.
Estão disponíveis no mercado dois tipos de testes rápidos: de antígeno e de anticorpos.
Teste de antígeno
Detectam proteínas da membrana que envolve o material genético do novo coronavírus na fase de atividade da infecção. Ou seja, são exames que demonstram se você está atualmente com covid-19.
Nesse exame, também é utilizado um swab para coletar secreção do fundo do nariz ou da garganta.
A vantagem desse tipo de teste é a rapidez no resultado, que fica pronto, geralmente, em menos de 30 minutos.
Em contrapartida, possui baixa precisão, pois as chances de resultados “falso-negativo” ou “falso-positivo” são maiores em relação aos testes de RT-PCR e PCR-LAMP.
Por fim, a recomendação é que esse tipo de teste seja feito entre o terceiro e o sétimo dia de sintomas.
Teste de anticorpos
São aqueles que identificam uma resposta imunológica do corpo em relação ao vírus, utilizando uma amostra de sangue para detectar anticorpos como o IgA, IgM e IgG.
Todavia, os testes de anticorpos não dizem se você está atualmente com covid-19.
Além disso, pessoas que já tiveram caso confirmado do novo coronavírus podem ter um resultado negativo nesse teste, pois há casos de pessoas que não desenvolvem anticorpos contra a doença.
No mais, essa forma de testagem é indicada a partir do décimo dia de infecção e o resultado sai em média de 20 minutos.
Todos os testes rápidos liberados no Brasil são confiáveis, uma vez que, são considerados seguros pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Contudo, vale lembrar que a aplicação e a interpretação dos resultados devem ser feitas por um profissional de saúde habilitado e que o teste rápido não é recomendado para pessoas assintomáticas.
Importante: Nem todas as pessoas infectadas com o vírus são pacientes sintomáticos. Por isso, se você teve exposição recente ao vírus, procure um médico mesmo se não apresentar o início dos sintomas.
Imagens: Freepik (@freepik)