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A covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo vírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global.
De acordo com o portal Coronavírus Brasil, até o momento o país já ultrapassou a marca de 15 milhões de casos acumulados, com mais de 400 mil óbitos confirmados.
Diante desse cenário, as vacinas contra covid-19 são de extrema importância. Elas atuam na prevenção e induzem a criação de anticorpos por parte do sistema imunológico.
Em outras palavras, as vacinas contra covid-19 reduzem a possibilidade de infecção e evitam que a doença evolua para quadros mais graves, podendo levar à morte do paciente.
Descubra como funciona a aplicação das doses e qual a eficácia das vacinas contra covid-19 utilizadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Quais são as vacinas contra covid-19 aplicadas no Brasil?
Até o momento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial de quatro vacinas contra covid-19:
- CoronaVac – desenvolvida pela farmacêutica Sinovac em parceria com o Instituto Butantan;
- Covishield – produzida pela farmacêutica Serum Institute of India, em parceria com a AstraZeneca/Universidade de Oxford/Fiocruz;
- Cominarty – desenvolvida pelo laboratório Pfizer em parceria com a empresa BioNTech;
- Janssen – da companhia Johnson & Johnson.
As três primeiras já são aplicadas pelo Programa Nacional de Imunização. Além disso, há outras farmacêuticas negociando com o governo brasileiro como a Moderna, o Instituto GamaleyaCola, a União Química e a Belcher.
A propósito, o país está autorizado a receber as vacinas contra covid-19 do consórcio Covax Facility, uma aliança global coliderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela Coalizão para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias (CEPI) e pela Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi), em parceira com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
CoronaVac, do Butantan
A CoronaVac é uma vacina de origem chinesa, desenvolvida pelo laboratório Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan.
Para produzir a vacina, o vírus é inativado por meio da adição de substâncias químicas que impedem que o mesmo cause a doença. Depois, é acrescentado o hidróxido de alumínio, um adjuvante que induz o aumento da produção de anticorpos nas pessoas vacinadas.
Essa vacina foi produzida pela Sinovac Life Science Co. Ltd. e, apesar de ainda não estar registrada no Brasil, foi aprovada para uso emergencial.
Para atingir a imunidade esperada dessa vacina, é necessário a aplicação de duas doses.
Qual a eficácia da Coronavac?
De acordo com o portal do Instituto Butantan, cientistas publicaram recentemente os resultados de um estudo que avaliou um subgrupo de voluntários que recebeu as duas doses com intervalo igual ou maior de 21 dias.
Nesse estudo, a eficácia da vacina foi avaliada em 64%. Contudo, em casos de contaminação por covid-19, a vacina oferece 100% de eficácia, evitando os casos graves da doença, e 78% de eficácia na prevenção de casos leves.
Qual o intervalo entre as doses da vacina do Butantan?
Essa vacina é aplicada no músculo do braço (deltóide) e a segunda dose está sendo aplicada de 14 a 28 dias após a primeira.
Porém, após estudos recentes, o laboratório indicou que o mais recomendado é o intervalo de 21 dias ou 28 dias entre as doses para obter uma eficácia maior.
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Covishield, da AstraZeneca
A Covishield é uma vacina criada pela Universidade de Oxford do Reino Unido, em parceria com a empresa biofarmacêutica AstraZeneca, e produzida em território nacional pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A vacina é feita com uso de uma tecnologia biomolecular denominada vetor viral não replicante.
Nela, um adenovírus inofensivo é usado como meio de transporte para uma proteína do Sars-CoV-2, a espícula S, que é a mesma proteína que o coronavírus utiliza para invadir as células humanas.
Por fim, essa vacina também conta com um esquema de duas doses.
Qual a eficácia da vacina Covishield?
A Covishield, da AstraZeneca, tem eficácia de 76% três semanas após a primeira dose e chega a 82,4% quando a segunda dose é aplicada.
Qual o intervalo entre as doses da vacina da Covishield?
A AstraZeneca identificou uma eficácia maior do imunizante quando a aplicação ocorre com três meses de intervalo entre as doses, ou seja, 12 semanas entre cada uma.
Desde então, esse tem sido o esquema recomendado pela fabricante e que vem sendo utilizado na União Europeia, Reino Unido e no Brasil.
Comirnaty, da Pfizer
A Cominarty foi criada pela Pfizer, uma empresa farmacêutica multinacional com sede em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em parceria com a BioNTech, um laboratório de biotecnologia alemão.
Diferente da CoronaVac ou da AstraZenca/Oxford, que utilizam o cultivo do vírus em laboratório, essa vacina é baseada em mRNA, ou seja, utiliza RNA mensageiro sintético que auxilia o organismo do indivíduo a gerar anticorpos contra o vírus.
Essa foi a primeira vacina a obter o registro sanitário definitivo no país, em fevereiro de 2021, e o primeiro lote comprado pelo Brasil chegou em abril deste ano.
Ademais, a vacina também precisa de duas doses para ser eficaz.
Qual a eficácia da Comirnaty?
Depois de uma análise realizada com mais de 44 mil participantes dos estudos de fase 3 em diversos países, o resultado foi de 95% de eficácia.
Qual o intervalo entre as doses da vacina da Pfizer?
Alguns países têm avaliado usar o intervalo de 12 semanas, tendo em vista que ficou comprovado que há uma alta taxa de 92% de anticorpos no sangue dos vacinados a partir de 14 dias após a aplicação da primeira dose.
Na mesma via, o Ministério da Saúde orientou estados e municípios a aplicarem a vacina com 12 semanas de intervalo.
Porém, esse não é o espaçamento recomendado pela fabricante, que indica na bula do imunizante, aprovada e registrada pela Anvisa, que “preconiza um intervalo entre as doses, preferencialmente, de 21 dias”.
Vacina de dose única da Janssen/Johnson & Johnson.
A Anvisa liberou, em março, o uso emergencial da vacina da Janssen contra o novo coronavírus. Assim, o imunizante já pode ser aplicado na população brasileira.
A entrega de 38 milhões de doses, que faz parte do Plano Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, deve começar em julho.
Além disso, a expectativa é de que até setembro, o país receba 16,9 milhões de doses e, que de outubro a dezembro, mais 21,1 milhões de doses cheguem em território nacional.
A vacina produzida pela farmacêutica utiliza tecnologia baseada em vetores de adenovírus. Todavia, diferente das outras, é a única vacina aprovada para uso emergencial no país que precisa de apenas uma dose.
Em janeiro deste ano, a farmacêutica anunciou eficácia global de 66%. Além disso, a Janssen informou, em maio, que o imunizante tem 87% de eficácia contra formas graves da variante brasileira.
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