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Poupança: vale a pena o rendimento?

Saiba o que é a poupança, quais são as principais características desse tipo de conta e aprenda a calcular o rendimento do seu dinheiro.

21 de novembro de 2022 - Atualizado 21/11/2022

Recentemente, boatos de que o presidente eleito Lula pretendia confiscar a poupança para financiar programas de apoio social circularam nas redes, deixando muitas pessoas em alerta. 

Apesar de a insegurança ser legítima, já que parte da população viveu o confisco da poupança feito durante o governo Collor, em 1990, com o intuito de controlar a hiperinflação da época, é preciso ter claro que, desde 2001, o confisco da poupança é juridicamente impossível de acontecer de novo.

Isso porque, a Emenda Constitucional nº 32, em seu art. 62, prevê que: “É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro”.

Mas, mesmo sabendo que os valores da poupança não sofrerão nenhuma intervenção do governo, será que vale a pena deixar seu dinheiro rendendo nesse tipo de investimento? 

Veja a seguir como funciona a poupança, saiba quais são as principais características desse tipo de conta e entenda como calcular o rendimento do dinheiro que fica guardado na caderneta.

O que é poupança?

A poupança, também conhecida como caderneta de poupança, é um tipo de conta bancária específica para guardar quantias de dinheiro, regulamentada pelo Banco Central.

Assim, ela funciona como uma reserva financeira, guardada para uma finalidade futura, que tem uma rentabilidade definida por lei e que varia de acordo com a taxa Selic. 

Como abrir uma conta poupança?

Ter uma conta poupança é bem simples e sem burocracia. Você não precisa ter nenhuma outra conta, basta apresentar os seguintes documentos:

  • RG (Documento de Identidade);
  • CPF;
  • comprovante de endereço.

Ademais, para ter uma conta poupança ativa, não é necessário comprovar renda nem pagar taxa de abertura, independentemente da instituição financeira escolhida.

Dessa maneira, por ser um procedimento simples e sem tantas exigências, é possível abrir uma conta poupança para uma até para uma criança ou um adolescente, sendo necessária apenas a presença do responsável legal na hora da abertura.

Vale ressaltar que na maioria dos bancos, os clientes que já possuem uma conta corrente ativa contam também com uma conta poupança. No entanto, não é necessário ter uma conta corrente para abrir uma poupança.

Enfim, com a poupança aberta, é só começar a realizar os depósitos. 

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Quais são as principais características de funcionamento da poupança?

O funcionamento da poupança é bastante simples e indicado justamente para quem está começando a poupar renda e não se sente seguro em investir em aplicações maiores.

Contudo, existem algumas características de funcionamento da poupança que são de suma importância para compreender as vantagens e desvantagens dessa forma de aplicação financeira e analisar se faz sentido guardar o seu dinheiro nesse tipo de investimento. 

Conheça a seguir os detalhes sobre o funcionamento da poupança!

Taxas e custos

Um ponto a favor da poupança é o fato de ser isenta de custos, isso porque, a cobrança de tarifas de abertura ou de manutenção, taxas de administração ou de performance, é proibida.

Além disso, esse tipo de conta não sofre incidência de tributos, pois os rendimentos da caderneta não pagam Imposto de Renda.

Porém, é preciso ficar atento, apesar de ser um investimento isento, quem é obrigado a fazer a declaração anual do IR precisa incluir os valores da poupança a partir de R$140.

Liquidez

O termo liquidez corresponde à capacidade de conversão de um bem em dinheiro. Ou seja, é a rapidez com a qual você consegue se desfazer de algo que você possui para receber dinheiro em mãos.

Dito isso, um dos principais atrativos da poupança é a alta liquidez, já que o valor guardado na poupança pode ser resgatado com facilidade e os recursos caem na conta corrente no mesmo momento.

Aniversário da poupança

Apesar da liquidez diária, o dinheiro na poupança rende mensalmente, no que é conhecido como data de “aniversário”, que corresponde ao dia do mês em que uma determinada quantia foi depositada.

Assim, uma aplicação realizada no dia 5 de um determinado mês só fará jus ao rendimento exatamente no dia 5 do mês seguinte.

Dessa maneira, se você resgatar o dinheiro antes de completar um mês do depósito, perde-se todo o retorno referente a esse período.

Garantias

A poupança conta com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mantido pelas instituições financeiras, assegurando que, em caso de calote ou quebra do banco, quem tem dinheiro aplicado na caderneta receberá de volta o valor de até R$ 250 mil.

Destino dos recursos aplicados

Enquanto o dinheiro está guardado na poupança, ele é utilizado pelos bancos. Porém, esse destino tem um papel social.

De todos os recursos aplicados, 65% precisam ser obrigatoriamente destinados ao mercado imobiliário. Ou seja, a maior parte do dinheiro que você guarda na poupança só pode ser usado pelos bancos para conceder financiamentos a quem quer comprar um imóvel próprio.

Qual é o rendimento da poupança?

Para compreender como funciona o rendimento da poupança, é preciso ter em mente que esse processo é totalmente regulamentado desde a criação desse tipo de conta, datada do século 19, pelo imperador Dom Pedro II.

Entretanto, as regras de remuneração da caderneta tiveram uma atualização em 2012, estabelecendo dois tipos de cálculos para o rendimento da poupança. São eles: 

  • se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês mais a variação da TR;
  • se a Selic estiver igual a ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será equivalente a 70% da Selic mais a variação da TR.

Vale destacar que a Selic é decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias e a Taxa Referencial (TR) é calculada diariamente pelo Banco Central.

Além disso, essas regras de rendimento valem para todos os bancos, o que significa que você receberá sempre o mesmo na poupança, não importa em qual instituição financeira ela seja vinculada.

Diante disso, o Banco do Brasil disponibiliza, em seu endereço eletrônico, a Calculadora do Cidadão. Sistema desenvolvido para auxiliar a população em cálculos como o rendimento da poupança.

Como investir na poupança?

Existem duas formas para investir na poupança:

  • poupança tradicional – nessa modalidade, o cliente decide quanto irá depositar na conta e quando irá resgatar os recursos;
  • poupança automática – aqui, o cliente determina um valor mensal que será depositado automaticamente na conta, permitindo que o montante acumule mais rapidamente.
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Apesar de ser muito simples aplicar o seu dinheiro na conta poupança, vale a pena conhecer outros tipos de investimento. | Imagem: Freepik (freepik)

Mas afinal, vale a pena investir na Poupança?

Por muito tempo, a poupança foi a única opção de investimento para uma enorme parcela da população e, de fato, ela é uma forma de investimento seguro, com risco quase zero e que permite que os saques sejam realizados a qualquer momento.

Logo, é bem melhor deixar o seu dinheiro na poupança do que parado em uma conta corrente sem rendimento. Mas, no geral, não vale a pena investir na poupança.

Isso porque a rentabilidade é muito baixa e o ganho real acaba sendo próximo de zero.

Sendo assim, existem algumas outras aplicações de renda fixa com risco equivalente ao da conta poupança que oferecem uma remuneração mais alta e, portanto, mais chance de preservar o poder de compra no futuro. Entre elas:

  • Tesouro Direto (Tesouro Selic 2023 ), que tem uma rentabilidade que segue a variação diária taxa Selic;
  • CDB, que rende 100% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário);
  • LCI ou LCA, que rende 90% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário);
  • Fundo de Renda Fixa, que possuem uma rentabilidade entre 90% do CDI e 110% do CDI.

Por fim, antes de começar a aplicar o seu dinheiro na poupança, pense nas diversas possibilidades que o mercado oferece de investimentos de baixo risco e analise quais são os seus objetivos financeiros, o prazo que você pretende juntar um determinado valor e a liquidez, para que você possa selecionar a melhor aplicação para atingir os seus interesses.

Imagem em destaque: Freepik (freepik)

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