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O que é inflação?

Entenda o que é inflação e descubra quais são as suas principais causas e consequências.

22 de outubro de 2021 - Atualizado 14/03/2022

Constantemente, a inflação é utilizada para justificar o aumento no preço de uma série de produtos e serviços importantes em nossa rotina como alimentos, vestuário, combustível, habitação, entre outros.

Ou seja, ela implica diretamente no poder de compra do consumidor.

Dessa forma, a inflação pode ser decorrente de diferentes causas. Compreenda a seguir como funciona esse índice da economia.

O que é inflação?

Em síntese, a inflação é o aumento generalizado dos bens e serviços, que implica na diminuição do poder de compra pelo consumidor. 

Assim sendo, ela é percebida, principalmente, por meio da elevação de preços.

Como a inflação é calculada?

A inflação é calculada pelos índices de preços, comumente chamados de índices de inflação.

O Brasil é um país que possui vários índices de preços. Todavia, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerado pelo Governo Federal o indicador oficial para ser utilizado no sistema de metas para a inflação.

Ou seja, a inflação é a variação do custo da “cesta de produtos e serviços” do IPCA durante um determinado período.

A “cesta de produtos e serviços” reflete padrões e hábitos de consumo de famílias brasileiras com renda mensal de um a 40 salários mínimos. 

Portanto, é adotado como referência porque, entre todos os indicadores apurados no país, é o mais abrangente. Para a sua composição são considerados os seguintes itens:

  • alimentação;
  • moradia;
  • educação;
  • vestuário;
  • transporte;
  • comunicação;
  • despesas pessoais.

Vale ressaltar, que a cesta do IPCA é uma aproximação da cesta da maioria das famílias brasileiras. No entanto, cada família possui sua própria cesta de consumo, assim sendo, o valor de cada despesa pode ser diferente de uma família para outra.

Portanto, o índice serve de referência para as metas de inflação e para as alterações na taxa de juros. Para calculá-lo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) faz um levantamento mensal, em 13 áreas urbanas do País, de, aproximadamente, 430 mil preços em 30 mil locais. 

Logo após, todos esses preços são comparados com os preços do mês anterior, resultando num único valor que reflete a variação geral de preços ao consumidor no período.

Não obstante, o IPCA é de abrangência nacional, ou seja, vale para todas as regiões e cidades, apesar de não ser calculado em todo o país. Além disso, o IBGE produz e divulga o IPCA, sistematicamente, desde 1980. 

Vale destacar, que a maior variação mensal já registrada foi em março de 1990 (82,39%), enquanto a menor variação aconteceu em agosto de 1998 (-0,51%).

Quais são as causas da inflação?

A inflação pode ser ocasionada por diversas causas. Confira a seguir quais são as principais.

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Com a inflação em alta, a moeda perde valor muito rápido.

Gastos públicos 

Ocorre quando o governo gasta mais do que arrecada.

Por conseguinte, quando isso acontece, há algumas ações do governo para tentar reduzir esse déficit que podem aumentar a inflação. Entre elas:

  • elevar a arrecadação – aumento de impostos para cobrir despesas. Ou seja, o aumento dos custos tributários é repassado aos consumidores, logo, o preço dos produtos e serviços aumentam para o consumidor final;
  • emissão de papel-moeda – para pagar contas, o governo imprime mais dinheiro. Conforme o volume de dinheiro fica maior que a oferta de produtos e serviços, os preços sobem, ou seja, gera um problema entre oferta e demanda.

Cartéis

A inflação também pode ser resultado da ação de grupos econômicos que dominam a produção ou a venda de um determinado produto, conhecidos como cartéis de empresas.

Como a comercialização é monopolizada entre poucas empresas, estas se unem para combinar preços maiores ou, ainda, limitar a produção. Logo, os preços aumentam.

Custos de produção

Os custos de produção estão embutidos na formação dos preços. Sendo assim, quando esses custos aumentam, os preços sobem.

Isso ocorre, por exemplo, quando as empresas recorrem a empréstimos bancários para financiar seus projetos ou atividades, gerando juros.

Consequentemente, se os custos da empresa aumentam, aumenta-se o preço do produto final.

Além do mais, os custos de produção podem ser elevados conforme a variação cambial, principalmente, quando trata-se de empresas que dependem de matérias-primas ou outros produtos importados.

Nesse contexto, a alta no dólar também reflete no preço final que é repassado ao consumidor.

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Produção baixa

Ocorre quando as empresas produzem menos que a demanda, caracterizando um desajuste na oferta de produtos.

Ou seja, o volume de dinheiro é maior que a oferta de bens e serviços, fazendo com que a demanda dos consumidores não seja suprida.

Nesse rumo, o consumidor acaba se dispondo a pagar mais pelos produtos de que necessita, o que provoca a alta de preços.

É o caso da recente greve dos caminhoneiros que gerou desabastecimento e provocou a alta dos preços.

Indexação

A indexação é o processo em que a inflação passa a ser replicada continuamente. 

Nesse caminho, o aluguel e outros contratos sobem por conta da inflação passada. A inflação de hoje passa a ser o patamar inicial de amanhã.

Vale notar, que isso acaba se propagando na economia, uma vez que os preços são repassados para o consumidor final.

Ademais, a indexação foi um dos principais problemas no período hiperinflacionário, compreendido entre as décadas de 1980 e 1990, quando os salários foram automaticamente indexados à inflação para compensar a perda do poder de compra, gerando uma elevação contínua de preços.

Inércia

A inércia é o processo relacionado à expectativa da inflação, ou seja, trata-se de um efeito psicológico. 

Nesse cenário, as empresas ou os trabalhadores acreditam que haverá inflação, logo, as empresas aumentam os preços para não perder lucros e os trabalhadores reivindicam melhorias salariais para não perder o poder de compra. 

Ou seja, os preços são reajustados antes mesmo de haver o aumento, o que eleva a taxa de inflação.

Vale destacar, que a inércia também foi um problema enfrentado durante a hiperinflação.

Quais são as consequências da inflação?

A taxa de inflação alta, pode desvalorizar a moeda.

Porém, além da desvalorização da moeda e a alta dos preços de bens e serviços, a inflação pode gerar outros prejuízos significativos à economia e à sociedade. Entre eles:

  • alta do dólar e elevação dos preços em importações;
  • queda de investimentos internacionais;
  • queda de investimentos no setor produtivo;
  • crescimento das taxas de juros;
  • diminuição do poder de compra do consumidor;
  • concentração de renda nas classes média e alta;
  • aumento no índice de desemprego;
  • diminuição da qualidade de vida da população.

Portanto, a inflação gera incertezas importantes na economia, desestimulando o investimento e, assim, prejudicando o crescimento econômico

Além disso, os preços relativos ficam distorcidos, gerando várias ineficiências na economia. 

Vale lembrar, que o preço relativo é uma comparação entre o preço absoluto de dois bens que, por sua vez, é o valor expressivo de um determinado bem, ou seja, a quantidade em moeda necessária para sua aquisição.

Enfim, as consequências da inflação atuam como um verdadeiro efeito dominó, que afeta os mais diversos setores econômicos e impacta todas as classes sociais, principalmente, as camadas menos favorecidas da população, que possuem menos acesso a instrumentos financeiros para se defender.

Imagens do texto: Freepik (freepik)

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