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Dia Mundial de Combate à Aids busca conscientizar a população sobre a doença

Direito a Saúde, Responsabilidade Civil
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Redação

dezembro 1, 2022

O Dia Mundial de Combate à Aids acontece em 1º de dezembro e tem como principal objetivo alertar toda a sociedade sobre essa doença, suas formas de transmissão e desmistificar os preconceitos acerca da infecção causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). 

A data foi escolhida pela Organização Mundial de Saúde e é celebrada anualmente desde 1988 no Brasil.

É importante salientar que a Aids, até o momento, é uma doença que não possui cura, portanto, é de suma importância que existam campanhas e ações que promovam a conscientização e garantam uma proteção eficiente contra ela.

Diante disso, entenda o que é a Aids, saiba como o vírus age no organismo e conheça as principais formas de prevenção contra a doença. 

O que é a Aids?

A Aids, como é popularmente conhecida, é uma sigla em inglês que significa Acquired Immunodeficiency Syndrome, traduzindo para o portugues: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Sida).

Essa é uma doença causada pelo vírus da imunodeficiência humana, caracterizada pelo enfraquecimento do sistema de defesa do corpo e pelo aparecimento de doenças oportunistas, como infecções e alguns tipos de câncer.

A infecção pelo HIV é diferente da síndrome da imunodeficiência adquirida, que é caracterizada pelo estágio mais avançado da infecção por HIV, quando não há a utilização de medicamentos antirretrovirais.

Como o vírus da imunodeficiência humana age no organismo?

O HIV é um retrovírus da subfamília dos Lentiviridae, que se propaga por meio de certos fluidos corporais, como o sangue, o leite materno, o sêmen e os líquidos secretados durante o sexo.

Ao entrar em contato com o organismo de um determinado indivíduo, o vírus passa a atacar as células T CD4, um tipo de linfócito (glóbulo branco) que ajuda a proteger o organismo de doenças.

Com o passar do tempo, a quantidade de células CD4 diminui muito, tornando o organismo vulnerável para outras doenças. É só nessa fase mais avançada, em que começa a surgir o aparecimento de doenças oportunistas, que podemos falar em Aids. 

Vale ressaltar que, em indivíduos não tratados, estima-se que o tempo médio entre o contágio e o aparecimento da doença é de cerca de dez anos. Mas isso é variável, podendo acontecer muito antes para algumas pessoas e, até mesmo, nunca evoluir para outras.

Além disso, existem casos em que o sistema imunológico consegue controlar a infecção, esses indivíduos são chamados de “controladores de elite” e mantêm carga viral HIV indetectável e contagem elevada de células CD4 sem uso de antirretrovirais.

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Quais os sintomas do vírus da imunodeficiência humana no corpo?

A maior parte das pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana desenvolvem, cerca de um ou dois meses após a exposição, alguns sintomas parecidos com os de um resfriado.

Entre os sintomas que podem surgir quando a pessoa foi infectada pelo vírus da imunodeficiência humana estão:

  • febre;
  • mal-estar;
  • manchas vermelhas pelo corpo;
  • aumento dos linfonodos;
  • dores de cabeça;
  • dor nos músculos;
  • erupção cutânea;
  • calafrio;
  • dor de garganta;
  • úlceras orais ou úlceras genitais;
  • dor nas articulações;
  • sudorese noturna;
  • diarreia;
  • tosse.

Vale destacar que esses sintomas são característicos da fase conhecida como primária ou aguda, podendo durar por algumas semanas e é bastante perigosa, pois a infecção pode passar despercebida e a carga viral nesse momento é muito alta, fazendo com que o vírus se espalhe mais facilmente.

Depois desse período, os sintomas podem desaparecer espontaneamente por vários anos antes de o HIV ser diagnosticado.

Como detectar a presença do vírus vírus da imunodeficiência humana?

Qualquer pessoa que tenha passado por alguma uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, deve fazer o teste anti-HIV.

Dito isso, existem algumas formas de identificar a presença do vírus da imunodeficiência humana no organismo e é importante ressaltar que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve realizar gratuitamente essas testagens.

Ademais, a infecção pelo HIV pode ser detectada cerca de duas a três semanas após a situação de risco. Antes disso, os anticorpos ainda estão sendo fabricados e podem não ser detectados no exame, gerando um falso negativo.

Conheça a seguir as modalidades de testes disponíveis:

  • Imunoensaio – é a sorologia que detecta a presença de anticorpos contra o HIV a partir de uma amostra de sangue;
  • Testes complementares – utilizados para confirmar o resultado de sorologia positiva com exames mais sofisticados e precisos. Os métodos mais utilizados para isso são o Western Blot, o Immunoblotting e a Imunofluorescência indireta para o HIV-1. Mais recentemente, os testes moleculares como o PCR também foram incluídos no diagnóstico;
  • Testes rápidos – são imunoensaios feitos com uma gota de sangue tirada do dedo ou mesmo com amostra de saliva e que apresentam resultado em até 30 minutos. É possível realizá-los fora do ambiente laboratorial, o que ajuda na política de estímulo à detecção precoce;
  • Autoteste – também são testes rápidos por punção digital ou saliva, mas esses podem ser adquiridos e realizados pelo próprio paciente. Esse teste é considerado como triagem, portanto, há a necessidade de o indivíduo com resultado reagente procurar um serviço de saúde para conclusão do diagnóstico.

Por fim, é preciso ter claro que a testagem para HIV deve ser voluntária e o direito das pessoas a se submeter ao teste deve ser reconhecido, não sendo permitida a realização de testes obrigatórios ou sob coação, pois contraria as boas práticas de saúde e constitui violação dos direitos humanos.

Logo, todos os serviços de testagem para HIV devem respeitar as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que são: consentimento, confidencialidade, aconselhamento, resultados corretos dos testes e introdução nos serviços para o seguimento adequado.

Como prevenir a transmissão do vírus HIV?

Com alguns cuidados simples, os indivíduos podem reduzir a possibilidade de infecção por HIV, limitando a exposição aos fatores de risco. 

Dessa maneira, os principais métodos para prevenir a transmissão e o contágio são:  

  • uso de preservativos masculinos e femininos;
  • testagem e aconselhamento para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, proporcionando a todos conhecer seu status de infecção e acessar os serviços de prevenção e tratamento em tempo oportuno;
  • uso de antirretrovirais para prevenção, já que quando uma pessoa soropositiva segue um regime terapêutico eficaz com antirretrovirais, o risco de transmissão do vírus a um parceiro sexual não infectado pode ser reduzido em até 96%;
  • Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), recomendada para pessoas com risco substancial de infecção pelo HIV, com o objetivo de reduzir a transmissão entre entre casais sorodiscordantes (onde um parceiro está infectado e o outro não), gays e homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans, além de pessoas que usam drogas;
  • Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP), recomendada para pessoas que tiveram exposição no período de até 72h, para prevenir a infecção. Além disso, a PEP inclui serviços de aconselhamento, primeiros cuidados, testes para detecção do HIV e a administração da terapia antirretroviral durante 28 dias, além de atenção complementar; 
  • redução de danos para pessoas que usam drogas com programas de agulhas e seringas descartáveis, tratamento de substituição de opioide e outras intervenções de tratamento da dependência de drogas baseadas em critérios científicos, testagem para HIV e aconselhamento, tratamento para HIV e cuidado integral, acesso a preservativos e manejo adequado de infecções sexualmente transmissíveis, tuberculose e hepatites virais;
  • eliminação da transmissão vertical do HIV, que é aquela que acontece da mãe para o feto durante a gestação. É possível prevenir quase totalmente esse modo de transmissão por meio da administração de antirretrovirais tanto para a mãe quanto para o filho durante a gravidez, o parto e o puerpério.
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De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, do Ministério da Saúde e do UNAIDS, a cada 15 minutos uma pessoa se infecta com o vírus no Brasil e sete pessoas morrem por dia em São Paulo. | Imagem: Freepik (freepik)

Dia Mundial de Combate à Aids: ações para vencer a doença e os preconceitos

Neste ano, o tema da campanha do Dezembro Vermelho 2022, que promove a conscientização para o tratamento precoce da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e de outras infecções sexualmente transmissíveis, é “Equidade já”

Esse chamado reforça a urgência em enfrentar as desigualdades que perpetuam a pandemia da doença causada pelo HIV.

Diante disso, é preciso colocar em prática ações que desmistificam a doença e combatem o estigma e a exclusão enfrentados por pessoas soropositivas. Essas ações incluem:

  • aumentar a disponibilidade, qualidade e adequação dos serviços para o tratamento, testagem e prevenção do HIV, a fim de que todas as pessoas sejam bem atendidas;
  • reformar leis, políticas e práticas para superar o estigma e a discriminação sofridos pelas pessoas que vivem com HIV e Aids e das principais populações marginalizadas, para que todos sejam respeitados e atendidos de maneira ética e respeitosa;
  • assegurar o compartilhamento de tecnologias para possibilitar o acesso equitativo das comunidades de baixa e média renda ao melhor que a ciência pode proporcionar em relação ao tratamento contra o HIV e a Aids.

Imagem em destaque: Freepik (freepik)

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