Índice
A negativa de cobertura para tratamento quimioterápico é uma prática que prejudica milhares de brasileiros todos os anos.
O câncer é uma doença que cresce no Brasil a cada ano e uma das principais causas de mortes no país. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020 foram mais de 600 mil casos diagnosticados e quase 250 mil mortes pelos mais diversos tipos da doença, entre homens e mulheres.
Os mais comuns no Brasil são os cânceres de próstata, pulmão, mama, cólon e reto.
Na maioria, o tratamento de quimioterapia é o mais usado e, atualmente, o câncer consta na lista de doenças que têm cobertura do plano de saúde. No entanto, negativa de cobertura do plano de saúde para tratamento de quimioterapia é uma realidade que muitos pacientes enfrentam.
A negativa de cobertura para tratamento de câncer é prática abusiva, em caso de haver prescrição. O plano de saúde não pode definir o que é necessário ao paciente, em detrimento das decisões médicas.
A negativa de cobertura para tratamento quimioterápico deixa o paciente em uma situação de risco, causando estresse e desconforto emocional. Muitas vezes, o paciente arca com os custos ou busca a rede pública.
Porém, o plano de saúde precisa garantir respaldo ao paciente, devendo cobrir o tratamento de alto custo.
Os pacientes oncológicos que estejam em tratamento possuem direitos assegurados por leis e normas. Conheça os direitos do paciente diante da negativa de cobertura de tratamentos quimioterápicos.
Cobertura do tratamento de quimioterapia e o Rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
Tratamentos de quimioterapia, radioterapia e medicamentos são alguns exemplos que constam no Rol da ANS e, por isso, deveriam ter cobertura completa pelo plano de saúde.
No entanto, mesmo com as dificuldades e desafios enfrentados no combate ao câncer, a ciência e a medicina estão em constantes descobertas de novas drogas e tratamentos quimioterápicos, para que os pacientes obtenham melhores resultados e uma redução dos riscos e efeitos colaterais que a doença e os tratamentos ligados a ela trazem.
Nem sempre, o plano de saúde e a ANS estão cientes dos avanços da medicina e do lançamento de novos medicamentos e procedimentos, e o rol de procedimentos aprovados fica desatualizado.
Câncer é doença de cobertura obrigatória pelo plano e qualquer tipo de exclusão de quimioterapia é considerada prática abusiva, sobretudo quando o paciente tem a prescrição médica.
Também pode te interessar:
Limitações Abusivas de Quimioterapia e Tratamento Oncológico
Tratamento de Cancer do Pulmão pelo Plano de Saúde
PACIENTE COM CÂNCER – PLANO DE SAÚDE
O plano de saúde sobre tratamento contra o câncer?
Tratamentos de cobertura obrigatória para pacientes oncológicos:
– Fornecimento de medicamentos de uso domiciliar (Resolução Normativa 349 da ANS);
– Sessões de quimioterapia ou radioterapia sem internação;
– Exames;
– Cirurgia plástica reconstrutiva da mama.
Negativa de cobertura para tratamento quimioterápico: os 5 principais argumentos
Os planos de saúde que se negam a prestar cobertura de tratamento quimioterápico ou oncológico em geral estão evadindo-se de um serviço que lhes cabe.
Conheça os 5 motivos mais comuns que levam o paciente a receber uma negativa de cobertura do plano de saúde para tratamento quimioterápico:
1) Tratamento experimental
Cobertura deve ser obrigatória para o tratamento experimental que já tenha sua eficácia comprovada e tenha sido prescrito pelo médico especialista.
2) Exclusão do contrato
Os planos de saúde regulamentados pela Lei nº 9.656/98 obedecem a regra de que, se a doença possui cobertura e há uma prescrição médica, o tratamento indicado deve ser custeado pelas operadoras de plano de saúde.
3) Não previsto no rol da ANS
Os planos de saúde apenas podem definir contratualmente quais doenças fazem parte da sua cobertura, mas não pode definir quais são os tratamentos mais adequados.
4) Doença preexistente
TJ/SP Súmula 105: “Não prevalece a negativa de cobertura às doenças e às lesões preexistentes se, à época da contratação de plano de saúde, não se exigiu prévio exame médico admissional.”
5) Carência
Antes de começar a usar o plano de saúde, o beneficiário deve esperar no máximo 180 dias, em caso de ausência de doença preexistente. Casos de emergência ou urgência possuem carência de 24 horas.
Negativa de cobertura para tratamento quimioterápico: o que fazer?
– Entrar em contato com o plano, anotar os protocolos, arquivar trocas de e-mails.
– Se a negativa persistir, abrir uma denúncia na ANS.
– Procurar os meios judiciais, com respaldo de advogado especializado em Direito da Saúde.
Ação judicial e pedido de liminar
Documentos necessários:
- Cópia do RG e CPF;
- Endereço completo;
- Estado civil e profissão;
- Cópia da carteirinha do plano de saúde;
- Cópia do pedido médico;
- Cópia da negativa do plano de saúde (se tiver).
Negativa de cobertura para tratamento quimioterápico: prática abusiva
Superior Tribunal de Justiça (STJ/Brasília): “se o contrato prevê a cobertura de determinada doença, é abusiva a cláusula que exclui o tratamento, medicamento ou procedimentos necessários à preservação ou recuperação da saúde ou da vida do contratante”.
Indenização por danos morais: saiba como proceder
Um paciente, em estado de vulnerabilidade trazida pelo câncer, ao receber a negativa de cobertura do plano de saúde para tratamento de quimioterapia, sofre um desgaste emocional e psicológico que influencia todo o quadro já frágil.
Caso o plano de saúde tenha negado tratamento, o paciente pode buscar judicialmente, indenização por danos morais, com respaldo dos direitos do consumidor.
Uma negativa de cobertura do plano de saúde para tratamento quimioterápico pode gerar prejuízos quase irreparáveis ao paciente com câncer, que tem pressa para realizar os procedimentos, cirurgias ou exames, a fim de evitar o agravamento da doença.
Nas situações em que há risco para o paciente, as indenizações por danos morais podem chegar a valores altos, entre R$ 40 mil e R$ 60 mil, de acordo com a gravidade do caso.
Profissional especializado e os direitos do paciente em caso de negativa de cobertura para tratamento quimioterápico
Diante de uma negativa de cobertura para tratamento quimioterápico ou outros pelo plano de saúde, recomenda-se que o paciente procure um profissional especializado em Direito da Saúde.
Por meio de advogado especialista, é possível entrar com ação judicial e conseguir uma liminar que autorize a realização dos procedimentos, com mais chances de êxito.
Principais dúvidas
Como saber se meu plano cobre quimioterapia?
Para saber se seu plano de saúde cobre quimioterapia, você deve consultar o contrato do plano, que deve listar os procedimentos e tratamentos inclusos. Você também pode entrar em contato com a operadora para obter informações específicas.
No entanto, nos casos em que há previsão contratual de cobertura da doença, todos os procedimentos e tratamentos a ela ligados devem ser fornecidos, desde que haja uma prescrição médica.
Qual a carência para quimioterapia?
A carência para quimioterapia depende das regras do seu plano de saúde. Consulte o contrato para verificar o período de carência estabelecido.
Quanto tempo devo esperar para que o plano de saúde autorize a quimioterapia?
A autorização para quimioterapia deve ser concedida pela operadora o quanto antes, considerando a urgência do tratamento.
Qual plano de saúde cobre quimioterapia?
Vários planos de saúde oferecem cobertura para quimioterapia, incluindo os planos individuais, familiares e coletivos. Consulte as condições do seu plano para confirmar a cobertura.
Quais os direitos de pacientes que fazem quimioterapia?
Os pacientes que fazem quimioterapia têm direito a um tratamento adequado e digno, incluindo o acesso à informação, a escolha de médicos e o respeito à sua integridade física e emocional.
Pode cobrar coparticipação de quimioterapia?
A cobrança de coparticipação pela quimioterapia pode variar de acordo com o plano de saúde. Verifique as condições do seu contrato para entender se há essa cobrança.
Qual câncer não precisa de quimioterapia?
A necessidade de quimioterapia depende do tipo e estágio do câncer. Nem todos os tipos de câncer exigem quimioterapia como tratamento.
Tem como tratar câncer sem quimioterapia?
Sim. Em alguns casos, o câncer pode ser tratado sem quimioterapia, utilizando outras opções terapêuticas, como cirurgia, radioterapia ou terapia alvo.
Quais são os direitos dos pacientes oncológicos?
Os pacientes oncológicos têm direito a um tratamento adequado, informação sobre seu estado de saúde, respeito à sua privacidade e escolha de médicos e hospitais.
O que fazer se o tratamento de câncer demora pelo SUS?
Se o tratamento de câncer pelo SUS demorar, você pode buscar informações e assistência junto à Secretaria de Saúde do seu estado ou município e também considerar a possibilidade de tratamento complementar em hospitais e clínicas particulares.
É obrigatório fazer quimioterapia?
A decisão de fazer quimioterapia depende da avaliação médica e do tipo de câncer. Não é obrigatório, mas pode ser recomendado como parte do tratamento.
Qual o valor de uma sessão de quimioterapia?
O valor de uma sessão de quimioterapia pode variar significativamente, dependendo do local de tratamento, tipo de medicamentos utilizados e plano de saúde. Consulte sua operadora ou unidade de tratamento oncológico para obter informações específicas.
A partir do relato do seu caso através do nosso formulário de contato, WhatsApp e/ou telefone (11) 3181-5581, teremos satisfação em orientá-lo e analisar se seu caso é passível de indenização.
O Escritório Rosenbaum Advogados possui especialidade e vasta experiência em ações contra Planos de Saúde.
Imagens: Freepik